Eleito presidente da Câmara Federal no início do mês, o deputado federal Eduardo Cunha já mostrou em seus primeiros dias de gestão que está decidido sobre o que quer votar e também sobre temas que não vê possibilidade de chegarem à votação, como por exemplo, a legalização do aborto, o casamento gay e a regulação da mídia.
Em entrevista ao Estadão, o parlamentar destacou que muitos dos projetos que defendem os direitos dos homossexuais e legalização do aborto não atendem às necessidades e prioridades sociais.
"Há vários projetos de garantias de direitos dos homossexuais, de legalização do aborto.
Isso é mais discurso. Para pautar um projeto, ele tem que ter apoio suficiente. Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que isso seja a agenda do País, mas não é. Não tem um projeto deles na pauta para ir a votação. Tenho que me preocupar com o que a sociedade está pedindo e não é isso", afirmou.
Ainda falando sobre o assunto, o deputado que atualmente é membro da Assembleia de Deus Madureira foi enfático quando assegurou que não há chance de propostas como legalização do aborto e regulação da mídia chegarem à votação.
"Aborto eu não vou pautar (para votação) nem que a vaca tussa. Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar. Aborto e regulação de mídia, só passando por cima do meu cadáver. O último projeto de aborto eu derrubei na Comissão de Constituição e Justiça. Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão. No aborto, sou radical", destacou.