“Vejo tudo se encaminhando para a Grande Tribulação”, diz hebraísta

Getúlio Cidade diz que há relação entre a profecia bíblica de Mateus 24.21 com a shemitá ou o sétimo ano de descanso.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: quinta-feira, 12 de janeiro de 2023 às 15:42
Getúlio Cidade. (Foto: Divulgação)
Getúlio Cidade. (Foto: Divulgação)

Muitos estudiosos escatológicos afirmam que a volta de Jesus acontecerá ao final de um ano sabático, de acordo com o calendário judaico. Dentro dessa linha de pensamento, o escritor e hebraísta Getúlio Cidade, disse que há grande probabilidade de que o evento ocorra em 2029 ou sete anos depois. 

Em entrevista ao Guiame, o estudioso aponta para os acontecimentos atuais como grandes sinais para o fim dos tempos. “Vejo tudo se encaminhando para a Grande Tribulação, que pode começar em um ano seguinte à shemitah ou próximo dele”, comentou.

A shemitá, citada pelo hebraísta, é o sétimo ano de descanso, de um ciclo de 7 anos, ordenado por Deus ao povo de Israel. Normalmente, ao final de uma shemitá ocorrem várias crises mundiais, como ele explica. 

A última shemitá foi encerrada em 26 de setembro de 2022, portanto, vivemos o início de um novo ciclo em 2023. “Até 2029 as coisas devem piorar”, comentou ao relacionar a agenda 2030 da ONU.


Judeu ortodoxo soprando um Shofar no Muro das Lamentações, no feriado de Rosh Hashaná. (Foto: EPA/Abir Sultan)

Festas que apontam para a segunda vinda de Jesus

No segundo volume de seu livro “A Oliveira Natural: as raízes judaicas do cristianismo”, lançado em janeiro, o escritor fala das três últimas festas bíblicas — Trombetas, Expiação e Tabernáculos. 

“As festas de outono, em Israel, apontam profeticamente para a segunda vinda de Cristo. A primeira delas é a Festa das Trombetas que marca o início do ano novo civil em Israel e é conhecida como Rosh HaShanah”, lembrou.

“Deus a manda celebrar com o toque da trombeta (ou shofar) e significa o próprio sopro de Deus nas narinas de Adão, dando-lhe vida, pois, segundo a tradição, foi neste dia que Deus criou o homem”, continuou.

Getúlio explica que tanto as Escrituras quanto a tradição colocam essa festa vinculada a outros acontecimentos, como o Dia do Juízo, a cerimônia de coroação do Messias como Rei das Nações, o casamento do Messias com sua Noiva e o Dia Escondido do qual ninguém sabe a data nem a hora.

“Paulo fez conexão dessa festa com o arrebatamento da Igreja ao mencioná-lo juntamente com a ressurreição dos mortos ‘ao soar da última trombeta’, uma expressão exclusiva de Rosh HaShanah, segundo a tradição judaica”, disse ainda.


Fim dos tempos. (Foto representativa: Piqsels)

Dia da Expiação e a Grande Tribulação

Outra festa que o escritor trata no livro é o Dia da Expiação (Yom Kippur), que ocorre dez dias após o início do ano (Rosh HaShanah): “Era o dia escolhido por Deus para que o sumo sacerdote apresentasse sacrifício por toda a nação no Santo dos Santos do Templo a fim de prover um perdão coletivo”. 

Por esse motivo, o dia é considerado o mais sagrado para Israel. O hebraísta explica que, conforme a tradição, é o período em que o Messias se manifestará para livrar Israel das “Dores de Parto do Messias”, conforme conhecido no judaísmo, o equivalente à Grande Tribulação do Novo Testamento.

“Enquanto a Festa das Trombetas está ligada ao arrebatamento da Noiva para as Bodas, longe da vista dos moradores da Terra, em Yom Kippur, Ele vem com todos os seus exércitos para pelejar contra Israel que estará sitiado pelas nações inimigas, ocasião em que todo olho o verá”, esclareceu. 

“O profeta Isaías conecta o Dia da Expiação ou Perdão com o Dia da Vingança, o que lança luz sobre esse evento que irá ocorrer nos tempos do fim. A ‘Grande Trombeta’ ou Shofar HaGadol é exclusiva dessa festa, segundo os profetas e a tradição, e foi mencionada por Jesus em seu sermão profético sobre o fim dos dias”, mencionou.


Festa dos Tabernáculos (Foto representativa: Reprodução/Scoopnest)

Festa dos Tabernáculos

A terceira e última festa do outono, que ocorre 5 dias após o Dia da Expiação, tem por principal característica a alegria e o júbilo: “Sua localização no calendário judaico se encaixa logo após o período dos ‘Dez Dias de Temor’, quando há sofrimento e pranto, após Yom Kippur, quando há livramento e reconciliação”. 

Getúlio explica que a Festa dos Tabernáculos celebra o fim da colheita anual do ciclo agrícola e, assim como nas outras festas, discute-se cada detalhe dessa cerimônia e seu significado bíblico e profético em relação ao Messias. 

“Tabernáculos também é conhecida como a Festa das Nações e inaugura o Reinado do Messias de mil anos sobre a Terra, um período de paz, justiça e harmonia no mundo”, compartilhou. 

Resumindo

Para Getúlio, as três festas de outono somadas ao Shabbat são figuras proféticas do que está por vir e estão conectadas intimamente à volta do Messias de Israel e à instauração de seu Reino milenar.

“Elas ocorrem no mesmo sétimo mês religioso de Tishrei que equivale a setembro/outubro do calendário gregoriano e ainda são muito pouco conhecidas dos cristãos”, disse. 

Ao finalizar a entrevista, Getúlio que também é colunista do Guiame  disse que as festas são de fundamental importância: “Elas nos ajudam a conhecer os planos de Deus de resgate da Noiva, da restauração de Israel e do milênio”. 

“São riquezas de conhecimento de nossas raízes judaicas que precisam ser conhecidas e exploradas pelos cristãos, principalmente nos tempos do fim em que já nos encontramos”, concluiu.

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