Declan Wood cresceu num ambiente familiar abusivo, era constantemente espancado pelo pai e com apenas 10 anos, se sentindo solitário e percebendo que não havia ninguém para ajudá-lo, buscou refúgio nas drogas.
“Quando eu fazia algo errado, cometia erros, ele descontava muitas frustrações em mim. Lembro-me de estar em meu quarto e meu pai me batendo com um taco de beisebol. A maneira como ele olhou para mim quando estava me batendo, pensei ‘esse homem me odeia’”.
A mãe e as irmãs de Declan não o defendiam da violência do pai, porque tinham muito medo dele. Assim, o menino recorreu a maconha junto com os amigos.
“Estava destruindo minha vida social. Nunca me encaixei nas crianças normais da escola. Nunca me senti parte de todos”, relatou.
Aos 15 anos, Declan já havia sido expulso de oito escolas públicas e três internatos, se tornando um adolescente problemático. “Minha vida era fumar, usar drogas, roubar carros, passear e voltar às cinco da manhã”, conta.
Já um jovem adulto, Wood prestou serviço militar na fronteira entre Angola e África do Sul. Lá ele se envolveu com drogas pesadas e começou a roubar casas para pagar seu vício até que foi preso e condenado a sete meses de prisão.
“Eu tinha 20 anos e passei meu aniversário de 21 na prisão, usando drogas, brigando e roubando. Costumavam me chamar de covarde porque eu roubava coisas de outros presos e vendia para outras prisões. Eles não gostaram muito de mim”, disse Declan.
Depois de sua libertação, o jovem viciado continuou se envolvendo em problemas e foi sentenciado mais uma vez a nove meses de prisão, quando se envolveu com uma gangue e começou a vender drogas.
Passados os anos de sua sentença, Declan estava livre novamente, mas ainda preso ao vício. Nessa época, ele se mudou para a Cidade do Cabo, onde conheceu a droga mais pesada: o crack.
Enquanto trabalhava como operário em uma empresa siderúrgica, ele conheceu uma jovem. “Um mês depois de conhecê-la, ela engravidou. Nove meses depois, tive uma linda garotinha. Achei que ter esse bebezinho me colocaria de pé e eu pararia de usar drogas. Mas não consegui. Era muito forte para mim”, relatou.
Pedindo socorro a Deus
Gastando todo dinheiro para bancar seu vício, Wood não conseguia sustentar a filha. “Certa manhã, depois de fumar crack a noite toda, eu estava deitado na cama com vontade de chorar, mas nenhuma lágrima saiu. Pensei comigo mesmo, que pai terrível. Minha filha vai crescer com um pai que não pode sustentá-la. Eu estava olhando para trás na minha vida, apenas fazendo coisas erradas, tendo más intenções”
E em desespero, pediu socorro a Deus. "Deus, se você é real, por favor me ajude!", gritou Declan.
No dia seguinte, um amigo que também era viciado em drogas, procurou Declan e lhe falou sobre uma clínica de recuperação, administrada por cristãos. Wood foi para a clínica e lá conheceu Jesus e começou a ler a Bíblia pela primeira vez. Antes, quando estava na prisão, ele usava as folhas da Bíblia que tinha para enrolar cigarros.
“Então, eu soube que Deus era real e estava comigo. Nesse centro conheci Jesus e me apaixonei por ele e por sua Palavra. Ficava lendo a Bíblia até tarde da noite até me forçar a ir para a cama”, lembra.
Após a reabilitação, com 36 anos, Declan tinha encontrado emprego e estava recomeçando sua vida. Mas, em 2008, teve uma recaída e voltou ao crack. Nesse tempo, ele foi convidado a ir à Igreja Joshua Generation e começou a frequentar a congregação.
“Decidi ficar, mas estava de volta às drogas. Eu ia à igreja no domingo, mas durante a semana usava drogas. Foi uma época terrível. Quando você provou que Deus é bom, e você está drogado e não consegue parar, é terrível”, conta.
Durante uma reunião de grupo na igreja, Declan confessou seu pecado e sua luta contra o vício. “Uma coisa importante que aprendi foi a importância de viver na luz. Não importa quantas vezes eu tenha escorregado nesses cinco anos, eu sabia que tinha que viver na luz. Fiquei muito frustrado porque não conseguia parar de usar as drogas”, disse.
Mas certo dia, na garagem de sua mãe, em 2013, Jesus o libertou da dependência química. “Senti o vício ser tirado de dentro de mim. Desde aquele dia, nunca mais usei drogas. Nunca mais fui tentado como fui em todos aqueles anos. O Senhor tirou de mim em um instante”, testemunhou Wood.
Hoje, o cristão entende que apenas Jesus poderia libertá-lo. “O Senhor queria que eu soubesse que não era a igreja, as reuniões masculinas, os acampamentos, o discipulado, a evangelização, as coisas boas que eu estava fazendo. O próprio Jesus Cristo veio àquela garagem naquele dia e me salvou, ele me libertou. Ele tirou o vício das drogas de mim”, afirma.
Agora, Declan Wood serve como presbítero em sua igreja local e vive uma vida transformada. “O Senhor foi bom para mim. Meu relacionamento com minha filha foi restaurado. O Senhor me ajudou em meu negócio e ainda há muito mais por vir”, celebrou Declan.