Estudantes foram proibidos de fazer orações por uma colega doente em uma escola de Michigan, nos Estados Unidos, após uma reclamação da organização ateísta Freedom From Religion Foundation (FFRF).
Os alunos da Lake City High School estavam promovendo encontros no campo de futebol da escola para orar pela filha do treinador Kyle Smith, Harper, que aos 4 anos de idade foi diagnosticada com infecção intestinal.
Enquanto o movimento de oração se fortaleceu na escola e nas redes sociais, a FFRF argumentou que a ação é inconstitucional.
“O distrito escolar pode se envolver de várias maneiras, mas não pode se envolver com a religião patrocinadora”, disse Colin McNamara, que faz parte da organização ateísta, ao site UpNorthLive.
“A Primeira Emenda da Constituição dos EUA proíbe atores do governo de endossar a religião. Eles são obrigados a serem neutros em relação à religião. Eles não podem endossá-la ou promovê-la”, acrescentou McNamara.
A iniciativa da FFRF frustrou muitos na comunidade local, que tinham a intenção de levar esperança para Harper e sua família. “Os fatores externos devem ficar fora da nossa comunidade. Naquele momento, isso aconteceu para ajudar uma garotinha que todos apoiam”, disse o empresário Burce DeBoer.
A Associação de Ativistas pelos Direitos Civis de Michigan também analisou a situação e declarou apoio às queixas da FFRF. “A escola tem a responsabilidade de tratar como qualquer outra propriedade, e isso significa que ela deve permanecer livre da religião”, disse o co-fundador Mitch Kahle.
Eventualmente, a escola decidiu remover um vídeo do encontro de oração que foi postado em sua página no Facebook, mas esclareceu que fez esta escolha por questões legais.
“Nossos advogados nos aconselharam que nesta situação não podemos agir de acordo com nossas preferências pessoais, então nós relutantemente escolhemos remover a postagem”, anunciou a Lake City High School.
Embora os estudantes tenham sido censurados, milhares de pessoas estão sendo incentivadas a orar pela garotinha através do movimento #HarperStrong, que em português se traduz “Harper forte”.
“Conforme você passa pelas ruas, vê muitos #harperstrong”, disse a residente local Elizabeth Kramer, acrescentando que a controvérsia “só vai nos fazer avançar e lutar mais pelo apoio que a família merece”.