Beber menos álcool é a nova tendência da Geração Z nos EUA, diz pesquisa

Nascidos entre 1997 e 2012, a Geração Z está optando por um estilo de vida mais sóbrio, segundo pesquisa Gallup.

Fonte: Guiame, com informações do UOL e GallupAtualizado: segunda-feira, 17 de março de 2025 às 13:02
(Foto: Pexels/Yan Krukau)
(Foto: Pexels/Yan Krukau)

As novas gerações estão transformando a maneira de aproveitar o tempo livre, deixando o álcool de lado. Diferente de seus pais, que costumavam manter vinho e cerveja na geladeira, os jovens da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, estão optando por um estilo de vida mais sóbrio.

Segundo um relatório da World Finance, a Geração Z, que tem atualmente entre 13 e 28 anos, dependendo do ano de nascimento, consome, em média, 20% menos álcool do que os Millennials, que já apresentavam índices menores do que os das gerações anteriores.

A pesquisa Gallup de 2023 reforça essa tendência, indicando que a porcentagem de adultos com menos de 35 anos que afirmam consumir álcool caiu de 72% para 62% nos últimos 20 anos, e a redução continua.

Essas conclusões são baseadas em uma análise das tendências do Gallup sobre os relatos dos próprios americanos a respeito de seus hábitos de consumo de álcool.

Para garantir uma análise confiável das variações por faixa etária, os dados foram agrupados em três períodos de três anos: 2001-2003, 2011-2013 e 2021-2023.

A pesquisa de longo prazo da Gallup avalia o consumo de álcool entre adultos nos EUA ao perguntar se eles "têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas".

Embora a média nacional tenha se mantido estável em cerca de 60% ao longo de mais de 40 anos, as tendências por faixa etária indicam mudanças significativas.

Entre os adultos jovens, de 18 a 34 anos, a taxa de consumo caiu de 72% para 62% nas últimas duas décadas, uma redução de 10 pontos percentuais.

Saúde mental

Aproximadamente 86% dizem considerar a saúde mental tão essencial quanto a física ao decidir sobre o consumo de álcool. Não se trata de conservadorismo, mas de valorizar o que realmente importa.

Para a Geração Z, passar a noite bebendo e comprometer o dia seguinte com uma ressaca não tem lógica. Algumas horas de euforia passageira podem resultar na perda de um dia inteiro de produtividade e bem-estar. Para uma geração que aprecia cada instante, esse é um custo que não compensa.

“Tenho histórico de alcoolismo na família, então sou bem cuidadoso com isso”, diz Emerson Haven, diretor de cena de 26 anos. “Nunca bebo quando estou tendo um dia ruim, porque não quero criar essa associação.”

Bares sem álcool

Especialistas indicam diversos motivos para essa transformação comportamental. Segundo George F. Koob, do Instituto Nacional sobre o Abuso de Álcool, "o álcool costuma ser uma droga social, e essa redução pode estar relacionada à diminuição da socialização presencial."

Os dados são claros: o tempo médio que passamos em encontros presenciais com amigos diminuiu de 30 horas mensais em 2003 para apenas 10 horas em 2020.

Esse cenário emergente tem fomentado a abertura de bares sem álcool em cidades como Nova York, locais que proporcionam uma experiência social independente do consumo de bebidas alcoólicas.

Outro fator importante para o afastamento do álcool é o impacto das redes sociais – com efeitos tanto positivos quanto negativos.

A Dra. Sybil Marsh, especialista em medicina familiar e dependência química, destaca: "Houve um tempo em que o consumo de álcool simbolizava maturidade e sofisticação. Hoje, porém, é apenas uma das diversas maneiras de relaxar."

A decisão da Geração Z de evitar o álcool não é fruto de imposições ou monotonia, mas de uma escolha consciente: desejam viver plenamente cada instante e vivenciar a realidade sem interferências.

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