Um dos bombeiros que morreu soterrado na terça-feira (3) tentando salvar vítimas das fortes chuvas que atingiram a Baixada Santista era membro do Ministério Evangélico Palavra de Vida, no Guarujá.
Rogério de Moraes Santos, 43 anos, era cabo há 20 anos e estava lotado no 6º Grupamento de Bombeiros, no Posto de Bombeiros do Guarujá, informou o G1. Também faleceu seu companheiro de equipe, o cabo Marciel De Souza Batalha, 46 anos.
Em nota, a igreja Palavra de Vida mencionou o Cabo Moraes como um “irmão em Cristo” que faleceu no “ato do cumprimento de seu ofício, salvando vidas”.
“Peço à todos que intercedam pela família enlutada. Solicitando à Deus, em O Nome de Jesus, que o Espírito Santo console e fortaleça os familiares e amigos do querido Moraes”, diz o comunicado.
Cabo Moraes tentava resgatar vítimas quando morreu em Guarujá. (Foto: Reprodução)
Os dois bombeiros morreram em ação de resgate no Morro do Macaco, tentando salvar Thatiana Lopes de Lima Gomes, de 25 anos, e o filho, Arthur Rafael de Lima, de 10 meses, que também vieram a óbito.
Moraes foi velado no Guarujá nesta quarta-feira (4), após homenagem com viaturas do Corpo de Bombeiros. Ele deixa a esposa e três filhos, de 21, 19, e 16 anos.
“Ele morreu como um herói, fazendo o que gosta”, disse Ana Moraes, viúva de Moraes, ao jornal O Estado de S. Paulo. “Só tenho a agradecer por ter compartilhado esses 23 anos com ele”.
O número de mortos nos deslizamentos da Baixada Santista subiu para 25. A forte chuva começou na noite de segunda-feira (2) e se seguiu até a madrugada de terça. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda há 24 pessoas desaparecidas em Santos, São Vicente e Guarujá.
Guarujá é a cidade com mais vítimas fatais do temporal. (Foto: Carlos Nogueira/A Tribuna Jornal)
Desde o início do verão, as fortes chuvas já deixaram 143 mortos na Região Sudeste, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a combinação de efeitos de longo prazo das mudanças climáticas, temperaturas mais baixas nos oceanos e falhas urbanísticas nas cidades explicam o aumento na quantidade de tragédias por causa de temporais.