Conhecido por seu talento no teatro, Caique Oliveira, diretor da Cia Nissi de artes cristãs, foi desafiado a ir para as ruas da Cracolândia retratar a trágica realidade de famílias afetadas pelo uso do crack. Além das experiências na atuação, o filme Metanóia fez Caique entender que a igreja pode fazer a diferença na vida de pessoas como Eduardo, personagem interpretado pelo ator.
"Ouvir o que nós ouvimos ali foi muito forte. Mudou a minha visão de quando falamos religiosamente: 'o povo tem que levantar da cadeira e sair das quatros paredes'. Isso parece um jargão, mas é tão real", contou o ator com exclusividade ao Guiame, na última terça-feira (14). "Tem grandes igrejas que cercam a Cracolândia, muitos ministérios estão atuando ali, gracas a Deus, mas eu imagino se as pessoas realmente saíssem de sua zona de conforto e descessem na Estação da Luz para orar por alguém. Isso mudaria a vida de muita gente ali na Cracolândia. Há um grito, há um desespero, há um clamor na Cracolândia e a gente pode passar lá num sábado, levar uma marmita, sentar do lado deles para falar do Senhor", sugere.
Nos bastidores, Caique conta que tanto os figurantes, como a produção da 4U Films e a equipe Nissi foram impactadas e impactaram as pessoas através de evangelismo e oração. “Eu lembro de uma moça que o pessoal orava muito por ela, e ela se tornou muito amiga. Então era como se assim: ‘olha, estamos aqui e somos um porto seguro’. Então foi muito bom pra gente e pra eles também.
Para Miguel Nagle, diretor da produtora 4U Films, a parceria com a Cia Nissi ‘veio de Deus’. “Tem muito tempo que a gente conversa sobre o projeto, e chegou o momento em que Deus uniu os dois ministérios para realizar esse projeto. Toda a bagagem que o Caique tinha de teatro e eu de cinema deu uma liga perfeita.” Na produção do filme, a estrutura de atores do Nissi foi unida com o conhecimento e profissionais 4U Films, e Miguel garante: “Foi perfeito, o filme foi um milagre de Deus!”
Atores conhecidos
Atores conhecidos como Caio Blat e Solange Couto fizeram parte da obra, tornando esta uma experiência surpreendente, diz Caique. “O contato com esses atores nos fez olhar tudo por um outro olhar. Eles são extremamente sensíveis, a Solange é uma bênção, foi responsável por indicar os outros [atores]”, conta. “Quando a gente falou com o Caio Blat, ele só respondeu: ‘era isso que eu queria fazer há muito tempo, usar o cinema para poder transformar a vida das pessoas’”.
Caique relata que o convívio com estes atores foi uma grande lição. “A gente realmente precisa se achegar a eles, precisa bater nas portas e estar perto, porque eles também começaram a ter uma outra visão sobre o trabalho missionário, sobre o público evangélico, e ver que existem profissionais que trabalham seriamente com o cinema, com a arte.”
“Fazer cinema no Brasil já é complicado – financeiramente, de parceiros, de investimento –, fazer cinema brasileiro cristão, que a gente está começando o cenário, é bem mais complicado”, explica Miguel. Além da questão financeira, o diretor do filme acredita que a liderança da igreja precisa despertar para essa arte, assim como encara a música e o teatro.
“O cinema é uma arte bem cara, mas graças a Deus Ele foi nos direcionando e conseguimos vários apoios em empresas seculares”, conta Miguel. “A gente olha para trás e vê quantas dificuldades a gente passou, mas o quanto Deus foi fiel, o quanto esse filme é um milagre mesmo”, finaliza.
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