O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “a humanidade não pode sobreviver a uma sequência de Oppenheimer”, ao se referir ao risco que o mundo corre de ser atingido por uma “guerra nuclear”.
O alerta feito na segunda-feira (18), faz referência ao filme “Oppenheimer” que retratou como seria a realidade do “apocalipse nuclear”. O termo tem sido muito discutido durante o atual cenários de conflitos e guerras entre várias nações.
Apocalipse nuclear ou holocausto atômico são termos usados para o cenário teórico que foi desenhado para mostrar às pessoas o que aconteceria em caso de detonação de armas nucleares, apontando para uma destruição generalizada através da precipitação radioativa.
‘Relógio do Juízo Final está correndo’
“Estamos reunidos em um momento em que as tensões geopolíticas e a desconfiança elevaram o risco de guerra nuclear ao seu nível mais alto em várias décadas”, destacou António Guterres durante reunião do Conselho de Segurança sobre a não proliferação nuclear organizada pelo Japão, conforme notícias do UOL.
“O Relógio do Juízo Final está correndo e seu preocupante tique-taque ecoa em todos os ouvidos”, continuou. O chefe da ONU mencionou o nome do filme Oppenheimer, dirigido por Christopher Nolan, vencedor de sete Oscars, para abrir os olhos de milhões de pessoas para o grande perigo que a humanidade enfrenta.
“Mas a humanidade não pode sobreviver a uma sequência de Oppenheimer. Todas estas vozes, todos estes avisos, todos estes sobreviventes imploram ao mundo para se afastar do precipício do qual se aproxima”, disse ainda.
‘Juntos poderemos erradicar o risco de um holocausto nuclear’
Guterres não mencionou nenhum país, mas outros oradores, incluindo o Japão, os EUA e a França, denunciaram claramente as últimas ameaças feitas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que afirmou ter “um arsenal pronto para uma guerra nuclear”.
O secretário geral da ONU aproveitou a ocasião para fazer um apelo aos líderes das nações: “Só trabalhando juntos poderemos erradicar o risco de um holocausto nuclear”.
A embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, anunciou que trabalha com o Japão em um projeto de resolução do Conselho “reafirmando as obrigações” dos signatários do Tratado do Espaço Sideral de 1967.
Ela também anunciou a criação de um “grupo de amigos” para apoiar as negociações sobre um tratado que proíbe a produção de material fissionável para armas nucleares.
Os EUA e a França indicaram que se juntarão a este grupo de amigos que tem por objetivo pedir aos líderes que não desenvolvam armas nucleares ou qualquer outra arma de destruição em massa.