O Conselho Protestante de Ruanda exigiu que todas as unidades de saúde administradas por seus membros parassem de realizar todo tipo de aborto, garantindo a proteção à vida de 13 milhões de pesoas na nação.
Segundo a AP News, a decisão do conselho no início de fevereiro descreveu o aborto como um pecado, emitindo a posição da Igreja Católica de Ruanda, que é a mais seguida na região. Porém, a ordem entra em conflito com a lei do país da África Oriental, que permite abortos por razões específicas.
A declaração assinada por 26 organizações religiosas protestantes pede aos pais que “orientem” suas filhas a buscar a abstinência até o casamento.
Princípios não negociáveis
O aborto era ilegal em Ruanda e quem descumprisse a lei ou ajudasse a interromper uma gravidez, poderia ser submetido a prisão.
Em 2018 a lei foi alterada e após passarem por uma consulta médica, as mulheres poderiam realizar o procedimento em casos de estupro, casamento forçado, incesto ou em circunstância que a gravidez representasse um risco à saúde.
“Nós temos nossa crença, e ela não pode ser substituída pela lei. Não nos opomos à lei, mas nossa crença não nos permite apoiar o aborto”, disse Laurent Mbanda, chefe da Igreja Anglicana em Ruanda, à Associated Press.
De acordo com a AP News, o cardeal Antoine Kambanda, chefe da igreja em Ruanda, informou que a decisão afeta cerca de 10% das maiores unidades de saúde do país. A igreja católica possui 30% dos centros de saúde da região, a maioria deles em áreas rurais.
Frequentemente questões de saúde sexual e reprodutiva enfrentam debates no país. Em 2022, o parlamento rejeitou um projeto de lei que permitiria que meninas de 15 a 18 anos tivessem acesso a pílulas anticoncepcionais com o objetivo de conter a gravidez na adolescência.