Após quase 90 anos de uma relação marcada por conflitos, pela primeira vez um presidente dos Estados Unidos faz uma visita oficial a Cuba. Barack Obama chegou ao país na tarde deste domingo (20) para selar a reaproximação entre as duas nações.
Diante da ação do presidente, um grupo de cristãos se hospedou em frente à Casa Branca em uma vigília de oração conduzida pelo Rev. Patrick Mahoney, diretor da Coalizão Defesa Cristã e pastor da Church on the Hill. Ativistas também usaram a vigília para manifestar pela liberdade religiosa.
A viagem sela o ápice de uma abertura diplomática anunciada por Obama e pelo presidente cubano Raúl Castro em dezembro de 2014, colocando fim ao afastamento iniciado nos tempos de Guerra Fria, quando a revolução cubana destituiu o governo pró-EUA em 1959.
No entanto, como consequência do regime comunista, mais de 100 igrejas foram demolidas e outras 2 mil fechadas em Cuba nos últimos anos. "Nós estamos em solidariedade com nossos irmãos e irmãs perseguidos, e invocarei o presidente a falar publicamente contra este esmagamento da liberdade religiosa e dos direitos humanos. Não podemos ficar em silêncio”, disse Mahoney.
Ativistas esperam que Obama se posicione publicamente "contra a política do governo de Castro de perseguição religiosa aos cristãos e pela liberdade de expressão dos dissidentes políticos", relata o site Christian Newswire.
Luta pela liberdade
Há muito tempo Mahoney luta pela liberdade religiosa e pelos direitos humanos em Cuba. Enquanto servia como pastor no sul da Flórida, ele foi um opositor do regime de Castro e liderou manifestações contra o retorno de Elián González.
"É muito preocupante e perturbador que o presidente Obama esteja mais interessado na liberação de terroristas que estão em prisões cubanas do que em trabalhar publicamente para liberar os cristãos, dissidentes políticos e ativistas de direitos humanos", afirmou Mahoney.
"O presidente Obama precisa se lembrar de que quando ele aperta a mão de Castro e outros líderes cubanos, ele está apertando as mãos de líderes que brutalizaram seus cidadãos, mataram aqueles que discordavam com eles, esmagaram os direitos humanos e perseguiram a igreja cubana e a liberdade religiosa", acrescentou o pastor.
Cassadra Collins, diretora da Organização Hillside Mission, disse que seu grupo se juntou à causa de Mahoney para orar pelos os cristãos em Cuba. "Por amarmos a Deus, nós nos preocupamos com os crentes ao redor do mundo e os defendemos quando experimentam um tratamento injusto. A repressão contínua do cristianismo, o fechamento das igrejas, e as detenções de pastores em Cuba exigem uma resposta nossa”, disse ela.