A revista satírica Charlie Hebdo, alvo de um ataque terrorista no escritório da redação em janeiro, fez mais uma provocação aos radicais islâmicos na capa do especial sobre massacre que aconteceu em Paris na sexta-feira (13).
A capa foi divulgada pelo o site francês da GQ Magazine. A revista ainda não foi às bancas, mas anunciou nesta terça-feira (17) uma edição especial sobre os atentados.
Sob um fundo vermelho, um homem com o corpo perfurado segura uma garrafa de champanhe em uma das mãos e uma taça na outra. Em cada furo, no lugar de sangue, sai champanhe.
A mensagem da capa afirma: “Ils ont les armes. On les emmerde. On a le champagne!” (“Eles têm as armas. Eles que se... Nós temos o champagne!”, em tradução livre).
Ataque
O ataque à sede do Charlie Hebdo em janeiro, foi motivado pelos extremistas pela publicação das imagens de Maomé, consideradas ofensiva pelos muçulmanos.
No atentado, foram mortos os cartunistas Jean Cabu e Phillippe Honoré, os editores Wolinski e Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e o jornalista Bernard Verlhac, conhecido como Tignous.
Além deles, outros funcionários e colaboradores da revista foram assassinados: o jornalista Michel Renaud, o revisor Mustapha Ourad, vice editor Bernard Maris, um economista que também escrevia colunas para a publicação, e a psicanalista Elsa Cayat, que escrevia uma coluna quinzenal chamada “Divan”.
Dois policiais, Franck Brinsolaro e Ahmed Merabet, além de um funcionário da manutenção do prédio do jornal, Frédéric Boisseau, também foram executados durante o ataque ao jornal.
Provocações
Antes mesmo dos terroristas islâmicos radicais atacarem o prédio da revista satírica, o veículo de comunicação já havia sofrido outro atentado, também realizado por extremistas muçulmanos.
Charlie Hebdo foi atacada com bomba incendiária, em 2011, e processada 13 vezes por organizações católicas em razão de suas capas com representações ofensivas dos papas, de Jesus Cristo e da Santíssima Trindade.
Os grupos católicos teriam entrado com ações judiciais em reação a várias capas ofensivas que retratam figuras cristãs, como a Santíssima Trindade e o Papa Bento XVI, em posições comprometedoras (sugerindo até mesmo atos sexuais e chegando à imoralidade).