Evangélica é nomeada por Eduardo Cunha como nova diretora de Recursos Humanos, mas descarta critério religioso na escolha

Maria Madalena da Silva é formada em Direito e Teologia, mas afirma que a escolha de Cunha não se baseou em qualquer critério religioso.

Fonte: Guiame, com informações da UOL Atualizado: segunda-feira, 23 de março de 2015 às 18:25
Eduardo Cunha é presidente da Câmara Federal e assume sua fé protestante.
Eduardo Cunha é presidente da Câmara Federal e assume sua fé protestante.

A nomeação da nova diretora de Recursos da Câmara tem gerado divergências de opiniões dentro e fora da Casa. Entre os principais pontos criticados, está o fato da nomeada para assumir o setor ser evangélica - assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Maria Madalena da Silva é advogada e teóloga de formação. Em depoimento ao Congresso em Foco (UOL), ela negou que a sua indicação por parte de Cunha tenha qualquer motivação religiosa.

Segundo o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que é católico, a indicação para a Diretoria de Recursos Humanos deve seguir "critérios apartidários".

“A gente precisa analisar. Indicar alguém da Casa, com longo tempo de serviço, tudo bem. Se isso significar até boa experiência para o coletivo, também tudo bem. O que não pode haver é escolha por critérios de simpatia partidária e, muito menos, de identidade religiosa”, declarou.

Já o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) considerou o fato de o Brasil ser um país laico e afirmou que a indicação de alguém para uma função como esta (Diretoria de Recursos Humanos) independe da confissão de fé quem a ocupa.

“A religião de quem ocupa postos importantes não é o que deve doutrinar a ação da função pública, e sim a sua competência, a sua história e os seus compromissos com objetivo de que aquele cargo necessita. Qualquer que seja a religião, em um país que tem a sua separação de estados e o respeito à diversidade religiosa, é algo que tem o nosso respeito”, disse.

“Só vejo problema [na indicação de Madalena] se houver desvio de função ou a utilização do cargo em prol da religião. Aí, sim, é um desvio. Mas qualquer brasileiro tem a sua religião, e sua religião tem que ser respeitada no exercício das funções”, acrescentou.

Arquivo
Recentemente, Cunha comentou as críticas feitas a deputados que se assume evangélicos. Segundo o parlamentar, o fato de um político confessar a fé protestante pode gerar um tratamento diferente com relação aos de outras religiões.

“Ninguém fala sobre deputados católicos ou espíritas, mas falam sempre de ‘evangélicos’”, lamentou.

 

 

 

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