Abby Johnson subiu ao palco da Convenção Nacional Republicana na noite da última terça-feira (25), para apresentar um quadro angustiante da realidade por trás dos eufemismos sobre o aborto, que inclui até racismo e eugenia.
Johnson é uma ex-diretora da rede de clínicas de aborto Planned Parenthood. Ela se converteu à causa pró-vida em 2009 e desde então expôs vários detalhes sobre o funcionamento interno da indústria do aborto. Ela agora lidera a organização ‘And Then There Were None’, que é sem fins lucrativos e dedicada a ajudar profissionais de saúde a deixarem a indústria do aborto. Mais de 600 profissionais já foram receberam esse apoio.
Sua história se transformou em um filme de sucesso no ano passado, intitulado ‘Unplanned’.
Johnson começou seus comentários explicando como ela foi recrutada para a Planned Parenthood em uma feira de empregos. “Eu realmente acreditava que estava ajudando as mulheres”, disse ela. “Mas as coisas mudaram drasticamente em 2009”.
Naquele ano, um trio de incidentes abriu seus olhos: ser escolhida como funcionária do ano e participar da organização da solenidade, na qual era entregue o Prêmio Margaret Sanger, fazendo assim menção à infame fundadora racista da Planned Parenthood; receber a ordem de dobrar os abortos realizados em sua instituição, porque “o aborto é como ganhamos nosso dinheiro”; e ter que participar de um aborto dirigido por ultrassom.
“Nada me preparou para o que vi naquela tela: um bebê ainda não nascido lutando, desesperado para se afastar da sucção”, disse Johnson, que também fez o pós-aborto. "E nunca esquecerei o que o médico disse a seguir: ‘Me deixe feliz, Scotty’. A última coisa que vi foi uma espinha girando no útero da mãe antes de sucumbir à força da sucção".
“Para a maioria das pessoas, o aborto é abstrato. Eles não conseguem conceber a barbárie ”, continuou ela. “Para mim, o aborto é real. Eu sei como é a cena de um aborto, eu sei como é o cheiro do aborto. Você sabia que o aborto tem um cheiro característico? Eu sei".
Raízes racistas
Em seu discurso, Abby também confirmou que celebrar a memória da fundadora da rede, Margaret Sanger é também celebrar o racismo e a eugenia.
“Margaret Sanger era racista e acreditava na eugenia [teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas; eugenismo]. Seu objetivo quando fundou a Planned Parenthood era erradicar as populações minoritárias”, explicou.
“Hoje, quase 80% das facilidades da Planned Parenthood são estrategicamente localizadas em bairros de minorias. Todos os anos, a Planned Parenthood celebra suas raízes racistas ao apresentar o Prêmio Margaret Sanger”, afirmou.
Apoio a Trump
Abby declarou seu apoio à reeleição de Donald Trump à presidência dos EUA, porque ele “tem feito mais pelos nascituros do que qualquer outro presidente”.
Antes de discursar na convenção, Johnson disse que "sentiu muita pressão para fazer o mais provocativo, apaixonado e memorável discurso pró-vida ... já feito", após o qual os ouvintes "nunca seriam capazes de dizer: 'Uau, não fazia ideia de que essas coisas acontecem durante o aborto’”.