Ex-escravo diz que Black Lives Matter deveria olhar para África: 'Ainda há escravidão lá’

Bol Gai Deng pede que os ativistas comecem a olhar para o que acontece na África.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: quinta-feira, 14 de outubro de 2021 às 15:12
Ainda há escravidão nos países da África. (Foto: Mahmud Turkia/AFP/Getty Images)
Ainda há escravidão nos países da África. (Foto: Mahmud Turkia/AFP/Getty Images)

Rebatendo os argumentos dos ativistas ocidentais, um ex-escravo africano lembra que ainda existe escravidão na África e que países democráticos como os Estados Unidos oferecem oportunidades únicas a estas pessoas.

“[Nos EUA] você pode conseguir um emprego decente e ser um homem livre”, disse Bol Gai Deng, ex-escravo e candidato à presidência do Sudão do Sul, à CBN News.

Deng se tornou um escravo em 1987, com apenas 7 anos, depois que invasores Mujahidin, apoiados pelo governo sudanês, o sequestraram e incendiaram sua aldeia. Ele e mais de 700 outras crianças capturadas foram forçadas a caminhar pelo mato, a 400 quilômetros de suas casas. 

“Eu era espancado, me diziam o que fazer, e às vezes colocavam correntes em minhas pernas para me tornar disciplinado ao meu senhor”, conta Deng.

Ele escapou depois de três anos em cativeiro e acabou indo para Cartum, capital do Sudão, onde encontrou ajuda de uma instituição de caridade católica. Mais tarde, ele viajou para o Egito, onde lhe foi oferecido asilo nos Estados Unidos.

Ele disse que os defensores do Black Lives Matter e da Teoria Crítica da Raça (que aborda o conceito de “racismo sistêmico”) podem aprender algumas lições com ex-escravos como ele.

“Eu acredito que Black Lives Matter não entende o que está acontecendo na África, eles não sabem o que está acontecendo ao redor do mundo”, opinou Deng. “Eles precisam entender que a escravidão ainda existe na África hoje; mais de 9,2 milhões de pessoas ainda estão em cativeiro na escravidão”.

Deng disse que a Líbia é um exemplo. Ele afirmou que as mulheres no país ainda estão sendo vendidas como escravas por apenas US$ 400 cada.

Além disso, ele sugeriu que as pessoas obcecadas com o passado racista e escravo da América deveriam ver o país como uma terra de progresso e liberdade.


Bol Gai Deng foi escravizado na África. (Foto: Reprodução/YouTube/LibraryofVa)

“Na verdade, os EUA são o único país do mundo que pode dar liberdade à escrava para se tornar uma congressista. Você não pode encontrar isso no mundo, exceto nos EUA”, avalia.

Mensagem de paz do Evangelho

Embora as eleições ainda não tenham sido marcadas no Sudão do Sul, Deng declarou sua candidatura à presidência.

Seu maior desafio será unir uma nação dividida por tribos que lutam entre si. Para Deng, as divisões tribais acabarão assim que a nação adotar os valores cristãos e começar a se ver como sudaneses do sul, em vez de membros de uma tribo específica. 

“Acho que o que eles precisam agora é de um bom líder que entenda que o que está acontecendo no Sudão do Sul é a falta de liderança”, explicou o ex-escravo. “Nós, da comunidade cristã, acreditamos no amor. Acreditamos na paz. Acreditamos na unidade”, pontua. 

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