Na última terça-feira (12), uma igreja foi incendiada no sul do Chile, no último ataque dos povos indígenas mapuches, que estão em campanha para recuperar terras ancestrais, de acordo com autoridades locais.
No local do incêndio, havia um cartaz com palavras de ordem contra o bispo católico de Villarrica, Javier Stegmeier, acusando-o de ser cúmplice na "repressão do Estado" contra o povo Mapuche.
Doze igrejas têm sido alvo de ataques incendiários nos últimos dois anos nesta região do Chile. Mais da metade dos incêndios aconteceram município de Ercilla.
O último ataque aconteceu depois que foram realizadas reuniões entre o governador de Araucania, Andres Jouannet e a Igreja Católica, buscando uma solução para os episódios violentos.
"A queima de igrejas é a maior intolerância que já vi", Jouannet disse à imprensa na terça-feira.
"Se eles queimam uma de nossas igrejas, nós vamos reconstruí-la e vamos fazer isso com a comunidade. E se há 13, 14 ou 20 igrejas danificadas, vamos reconstruí-las todas. O que não pode ser aceito é a intolerância, que ataca a liberdade religiosa e a fé", acrescentou.
"Nós vamos reconstruir todas as capelas e igrejas. Faremos isso rapidamente", disse ele.
O povo Mapuche perdeu uma quantidade significativa de terras durante uma campanha brutal do fim do século 19, com a "pacificação" contra os povos indígenas das regiões Araucania e Bio Bio. Na luta para recuperar a terra, algumas pessoas do povo Mapuche foram mortas e dezenas foram presas, principalmente por crimes contra propriedades privadas.
Os Mapuches compõem cerca de 650.000 dos 17 milhões de habitantes do Chile e estão majoritariamente concentrados em Araucania e Santiago.