A notícia da liberdade do ex-governador cristão de Jacarta, Basuki Tjahaya Purnama, chegou nesta quinta-feira (24), publicada em uma rede social onde ele aparece sorrindo com as mãos levantas exibindo as digitais marcadas por tinta roxa. Ele foi preso acusado de blasfêmia.
Conhecido como "Ahok", Purnama foi libertado da prisão depois de cumprir quase dois anos de pena. Ele diz que seus rivais políticos estavam enganando as pessoas usando o texto islâmico para impedir que os muçulmanos fossem liderados por não-muçulmanos.
Segundo as autoridades indonésias, o político foi solto três meses antes como resultado de seu bom comportamento no cárcere.
“Livre pela manhã", tuitou Ahok na noite de quarta-feira. Ele saiu do (centro de detenção) por volta das 7h30, disse seu secretário Ima Mahdiah aos jornalistas, segundo o Straits Times.
“Eu sou muito grato a Deus por me permitir passar um tempo na prisão”, disse Ahok pouco antes de sua libertação, de acordo com Christian Today. Na prisão ele comentou que confiava na justiça divina.
O político pediu que os partidários não realizassem nenhuma manifestação para recebê-lo em casa, citando o desejo de manter a paz e não perturbar a ordem pública.
Ele também implorou a seus seguidores que permanecessem engajados no processo político. “Eu recomendo fortemente que todos os meus apoiadores não se abstenham de votar”, disse ele.
Intolerância religiosa
A Indonésia está atualmente no 30º lugar na lista de observação do Portas Abertas, com um alto nível de perseguição vindo dos islamitas radicais. “Enquanto o governo aperta as leis de blasfêmia do país, a maioria dos problemas para os crentes vem de confrontos com grupos islâmicos radicais”, observou o Portas Abertas em seu informativo sobre o país.
“Alguns líderes religiosos islâmicos instigam o ódio contra os cristãos e outras minorias religiosas através do seu ensino em mesquitas, mas isso ocorre na mídia de massa e também por políticos", escreveu o órgão de controle da perseguição.
Incidentes recentes de violência contra a população cristã incluem um ataque a três igrejas separadas em Surabaya, capital de Java Oriental. Os perpetradores eram membros de três famílias diferentes. Até as crianças pequenas foram convencidas a se envolverem no ato hediondo. Cerca de onze cristãos foram mortos.