Embora o atual líder supremo da Coreia do Norte venha prendendo, torturando e assassinando milhares de cristãos, Kim Jong-un tem pavor do Evangelho de Jesus Cristo, conforme revelou o senador norte-americano James Lankford na última quarta-feira (24) no Capitólio dos Estados Unidos.
Lankford, que lidera o movimento “Causas de Oração do Congresso”, se aproximou do pódio do encontro International Christian Concern's 2017 carregando uma Bíblia. “É incrível para mim ver que eu andei até o estrado e subi segurando esta Bíblia. Se eu fizesse a mesma coisa na Coreia do Norte, eu teria problemas”, disse ele aos ativistas de liberdade religiosa.
O senador afirmou que a pregação do Evangelho atrai medo a Kim Jong-un e seu regime. “Eu acredito que as palavras que estão neste Livro o aterrorizam”, disse ele, citando a passagem de Mateus 22:37-40.
“O regime fica aterrorizado com declarações como essa, onde Jesus disse: ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas’”, disse Lankford.
“O regime de Kim tem pavor dessa declaração. É uma declaração simples, mas é o que Deus ordena — que sejamos capazes de amar a Deus e amar o próximo”, ele acrescentou.
Lankford também citou 1 Timóteo 2:1-4, onde Paulo escreve a Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”.
“Para mim é surpreendente ver que esse é o texto ‘rebelde’ que faz o regime ficar aterrorizado”, ele ironizou.
Segundo Greg Scarlatoiu, especialista de abusos dos direitos humanos na Coreia do Norte, um dos maiores motivos que tornam o regime de Kim inimigo do cristianismo é sua ameaça à capacidade de controlar as informações.
“A Coreia do Norte é um país pós-comunista, pós-industrial e uma dinastia cleptocrática que detém um monopólio sobre o poder político. Este não é um cartel cleptocrático criminoso, é um monopólio absoluto. Não há concorrentes dentro do país. O único concorrente, por um lado, é o cristianismo. Por outro lado, a democrática Coreia do Sul”, disse ele.
“O cristianismo oferece crenças alternativas e um estilo de vida alternativo”, Scarlatoiu continuou. “O regime norte-coreano teme o cristianismo porque ele oferece um espaço para a troca de ideias. Vale lembrar que este regime tem mantido o seu poder através do controle de informações que é executado por 270 mil agentes em uma vasta rede de informantes”.
Cristianismo na Coreia do Norte
Embora a Coreia do Norte permita a atuação de algumas igrejas estatais, que se encaixam nos padrões limitados pelo governo comunista, a prática do verdadeiro cristianismo é ilegal no país.
Os milhares de cristãos que participam de igrejas subterrâneas e pessoas que evangelizam em público correm o risco de serem presas e lançadas em campos de trabalho escravo. Centenas de milhares de prisioneiros morreram desde que o regime de Kim Il-sung chegou ao poder, em 1948.
A Coreia do Norte é classificada pela organização Portas Abertas como o país que mais persegue cristãos no mundo há 16 anos.