Líder do Talibã diz que mulheres serão apedrejadas até à morte em público

“Tudo isso é contra a sua democracia, mas continuaremos fazendo”, disse o líder supremo aos líderes no Ocidente.

Fonte: Guiame, com informações de The TelegraphAtualizado: quarta-feira, 3 de abril de 2024 às 15:56
Mulheres afegãs. (Foto: Picryl/Domínio Público)
Mulheres afegãs. (Foto: Picryl/Domínio Público)

O líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, prometeu começar a apedrejar mulheres até a morte em público, ao declarar que a luta contra a democracia ocidental continuará.

Hibatullah é um muçulmano afegão que lidera o grupo terrorista Talibã desde 2016. Seu silêncio durante os últimos anos fez com que muitos pensassem que ele estava morto. 

O ex-juiz dos tribunais da Sharia (conjunto de leis islâmicas) tem apoio do Al-Qaeda em sua “missão jihadista” e seu governo já foi duramente criticado pelo totalitarismo e amplas restrições aos direitos humanos no Afeganistão. 

Agora ele visa a morte de mulheres que se negam a seguir as leis super rígidas de seu governo e passa a provocar o Ocidente: “Vocês dizem que é uma violação dos direitos das mulheres quando as apedrejamos até à morte, mas em breve implementaremos a punição para o adultério”.

Em sua mensagem de voz transmitida pela TV estatal, no último fim de semana, conforme o The Telegraph, ele disparou contra os líderes ocidentais: “Açoitaremos as mulheres em público e vamos apedrejá-las até à morte”. 

‘Representantes de Deus e do diabo’

Depois de suas declarações violentas, Hibatullah ainda disse: “Tudo isso é contra a sua democracia, mas continuaremos fazendo. Ambos dizemos que defendemos os direitos humanos e nós fazemos isso como representantes de Deus e vocês como representantes do diabo”. 

A TV estatal do Afeganistão, agora sob controle do grupo terrorista Talibã, transmite mensagens de voz que supostamente são de Hibatullah, mas ele nunca foi visto em público. Acredita-se que ele esteja refugiado no sul de Kandahar, um antigo reduto do Talibã. 

Falsas promessas de um governo mais moderado

Assim que o Talibã tomou o governo do Afeganistão à força, havia promessas de leis mais moderadas, porém, as punições públicas severas foram rapidamente retomadas, bem como as execuções e flagelações, semelhantes às do seu governo anterior, no fim da década de 1990. 

A ONU fez críticas diretas ao Talibã depois que os terroristas colocaram em prática as execuções públicas como o enforcamento, além das chicotadas e apedrejamentos.

Apesar dos apelos da comunidade global para que essas ações crueis sejam abolidas, o líder supremo afirma que elas continuarão. 

Em sua mensagem de voz, em resposta aos direitos das mulheres defendidos pelo Ocidente, ele disse: “As mulheres querem os direitos de que falam os ocidentais? Mas eles são contra a Sharia”. 

‘Vamos colocar a Sharia em ação’

Ao enfatizar sobre a necessidade de resiliência na oposição aos direitos das mulheres entre os soldados de infantaria talibãs, Hibatullah ainda destacou: “Eu disse aos mujahedin (combatentes da guerra santa ou Jihad) que lutamos contra os ocidentais por 20 anos e lutaremos mais 20 contra eles”.

“Traremos a Sharia para esta terra. Conquistamos Cabul e agora vamos colocar a Sharia em ação”, enfatizou e incitou indignação entre os afegãos que pedem à comunidade internacional para que aumentem a pressão contra o Talibã. 

‘Mulheres vivem numa prisão cada vez menor’

Tala, uma antiga funcionária pública, disse em entrevista ao The Telegraph que o dinheiro que os talibãs recebem em forma de “ajuda humanitária” da comunidade internacional serve para alimentar a fúria dos terroristas contra as mulheres. 

“Como mulher, não me sinto segura ou protegida no Afeganistão. Cada manhã começa com uma enxurrada de avisos e ordens que impõem restrições e regras rigorosas às mulheres, privando até as menores alegrias e extinguindo a esperança de um futuro melhor”, desabafou. 

“Nós, as mulheres, estamos vivendo na prisão e essa prisão fica cada vez menor, a cada dia que passa”, concluiu. 

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