Liberdade religiosa no Afeganistão ‘se deteriorou’ sob o Talibã, diz comissão dos EUA

Terroristas voltaram a liderar o país “de forma semelhante à que governou de 1996 a 2001”.

Fonte: Guiame, com informações de Fox NewsAtualizado: quarta-feira, 24 de agosto de 2022 às 15:23
Soldados do Talibã. (Foto: Wikimedia Commons)
Soldados do Talibã. (Foto: Wikimedia Commons)

Depois de um ano no poder, o Talibã reprimiu duramente todas as formas de religião que não estão de acordo com sua “interpretação extrema do Islã”, apontou o relatório da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA, na última terça-feira (23). 

A organização fundamentalista restabeleceu o “Ministério para Propagação da Virtude e Prevenção do Vício” e passou a impor rigorosamente o que eles consideram como “vestimenta e comportamento islamicamente apropriados”. 

Anteriormente, o ministério se chamava “Comitê para a Propagação da Virtude e Eliminação do Pecado” e foi criado para a aplicação da sharia (conjunto de leis islâmicas) dentro da nação. 

Seus membros e voluntários patrulham as ruas aplicando os códigos de vestimenta locais, separando homens de mulheres e impondo certos comportamentos tidos como obrigatórios pela religião do Estado. 

Situação das minorias étnicas

O Talibã, no início, disse publicamente que estava comprometido com a mudança no estilo de governo e com a inclusão das pessoas. Um ano depois, porém, a organização mostrou que “continua governando de maneira semelhante à forma como governou o país entre 1996 a 2001”, disse a comissão dos EUA.

Pregando uma versão radical do islamismo sunita, os militantes do Talibã já mataram dezenas de muçulmanos xiitas, no ano passado, conforme notícias do Fox News. 

O povo hazara — uma minoria étnica que pratica o islamismo xiita — chegou a ser deslocado aos milhares quando o Talibã os forçou a deixar suas casas. 

“Um dos maiores violadores da liberdade religiosa do mundo”

O Talibã também falhou em proteger as minorias dos ataques do ISIS-K, disse o relatório. O Isis-K — sigla em inglês para Estado Islâmico da Província de Khorasan — é um braço regional do Estado Islâmico que atua no Afeganistão e no Paquistão.

Entre as minorias estão os cristãos que já viviam sob estreita liberdade religiosa, que se deteriorou com a chegada do Talibã ao poder. A Portas Abertas descreve o Afeganistão como “um dos maiores violadores da liberdade religiosa do mundo”. 

Por lá, os cristãos estão enfrentando assédios, detenções e até mesmo a morte por causa da fé. E os cristãos de origem muçulmana têm sido forçados a praticar a fé escondidos por causa do medo da repressão e das ameaças do Talibã.

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