Um acidente de carro deixou Rosalie, de 9 anos, entre a vida e a morte no hospital infantil de Idaho, nos Estados Unidos. Ela milagrosamente sobreviveu aos graves ferimentos, mas teve que se adaptar a uma nova condição, sem os braços e pernas.
Rosalie é a filha mais velha de Benjamin e Eileen Parker, que também são pais de Micah, de 7 anos e Charlotte, de 4 anos. Em 4 de dezembro de 2019, Benjamin e Rosalie estavam voltando para casa, após visitar um amigo da igreja, quando seu carro foi atingido em frente à garagem de sua residência.
Benjamin sofreu alguns ferimentos leves, mas Rosalie teve a costela fraturada e o fígado rasgado. Ela foi levada para o Centro Médico Regional do Leste de Idaho, onde a previsão era que a alta acontecesse em poucos dias.
No entanto, sua situação mudou de forma dramática. Com a vida em risco, Benjamin lembra que havia uma multidão de médicos tentando reanimar sua filha. Rosalie foi transportada para o Hospital Infantil Intermountain em Salt Lake City, a quase 350 quilômetros de sua cidade.
Os médicos descobriram que streptococcus do grupo A — um gênero de bactérias que causa doenças no corpo humano — se formou no sangue de Rosalie e se espalhou por seus órgãos.
“Eles basicamente disseram: ‘Ela não vai sobreviver, mas se conseguir, vai ficar em diálise por anos, sem nenhuma função cerebral e com os rins desligados’”, disse Eileen ao site East Idaho News.
No dia seguinte, os pais de Rosalie tinham que tomar uma difícil decisão: se houvesse uma nova parada cardíaca, os médicos deveriam ressuscitá-la ou deixá-la partir?
“Não poderíamos tomar essa decisão de maneira alguma. Vamos confiar em nosso Pai Celestial. Está nas mãos Dele”, disseram na época. “E simplesmente colocamos toda a nossa fé no Senhor”, conta Benjamin.
Um novo começo
As horas pareciam dias, mas aos poucos Rosalie começou a se estabilizar. Sua família esteve ao seu lado a cada momento — cantando, orando, declarando a Palavra de Deus e segurando sua mão.
Em janeiro de 2020, um mês após o acidente, a sepse fez com que o sangue parasse de fluir para os membros de Rosalie, o que só poderia ser resolvido com a amputação. Por meio de 17 cirurgias, os médicos removendo suas mãos, braços e ambas as pernas abaixo dos joelhos.
Médicos tiveram que amputar os braços, pés e pernas de Rosalie depois que a sepse se espalhou por seu corpo. (Foto: Eileen Parker)
Em março, Rosalie voltou para casa em Idaho Falls com uma cadeira de rodas e próteses de pernas. Em sua adaptação, ela recebeu apoio de familiares, amigos, membros da igreja, vizinhos, professores e alunos.
Rosalie, agora com 10 anos, reconhece que foi difícil ter que reaprender a fazer algumas coisas, como subir as escadas, e lidar com a aceitação das outras crianças.
“No começo, quando fui para a escola, fiquei tipo: ‘Mamãe, e se as pessoas disserem que eu estou estranha?’”, afirma Rosalie. “Mas eu percebi que muitas pessoas estavam sendo legais comigo e minha professora falava de mim para todo mundo, porque eu tinha vergonha de dizer isso na frente da classe. Agora não sinto mais vergonha”.
Propósito de Deus
A história de Rosalie é cheia de milagres e, de acordo com sua família, o desfecho de um acidente de carro que parecia pequeno não foi à toa.
“Eu achava que era 100% responsável por isso e, com o tempo, percebi que o Pai Celestial sabe o que está fazendo”, diz Benjamin. “Acreditamos que Rosalie teve uma escolha no hospital. Ela poderia ter falecido facilmente, mas acho que ela ouviu nossas vozes e sua vontade de viver era mais forte do que qualquer coisa que os médicos estivessem nos contando sobre sua condição”.
Os pais de Rosalie acreditam que sua filha sobreviveu com um propósito e, apesar dos tempos difíceis, eles dizem que não mudariam nada. “Acho que abriu nossos olhos para o quanto há de bom no mundo e como as pessoas são maravilhosas”, diz Eileen.
Benjamin acrescenta: “Acho que ela tem um destino e um propósito, como todos aqui. Acho que Deus está cumprindo um propósito especial”.