Uma mulher cristã iraquiana de 30 anos e de três filhos narrou como terroristas do Estado Islâmico se "casaram" e logo depois se "divorciaram" dela até nove vezes por noite para estuprá-la com a "justificativa" anterior de que ela teria escapado do reduto do grupo, em Mosul.
"Eles me 'tiveram' sempre que eles desejaram. Especialmente este, Farouk, que era obcecado por mim e ele dizia: 'Eu gosto do povo de Jesus", contou a mulher em uma entrevista em vídeo para a ONG 'Em defesa dos cristãos', que compartilhou o material com a Fox News.
A mulher, cuja identidade não foi divulgada por razões de segurança e que é vista chorando e tremendo em partes da entrevista, em seguida, falou sobre como ela foi forçada a se "casar" com combatentes do Estado Islâmico - também conhecido como 'ISIS' ou 'ISIL' ou 'Daesh'.
"Que casamento? Para eles era um casamento, mas que tipo de casamento é esse?", ela questionou.
O marido da moça desapareceu depois que o Estado Islâmico capturou Mosul em 2014.
"As pessoas estavam fugindo, todo mundo estava fugindo, eu quero dizer, até mesmo os muçulmanos estavam fugindo. Mas eu não tinha ninguém e eu tinha esperança em meu marido. Então eu disse a mim mesma: 'Se eu partisse, para onde eu iria? Eu não tinha idéia de onde eu poderia ir, então eu fiquei", disse a mulher, que foi identificada como uma cristã por militantes, devido à tatuagem de uma cruz em seu braço.
"Ela pediu que a sua história fosse ouvida nos Estados Unidos - porque isso não está acontecendo somente com ela", disse o presidente da ONG, Toufic Baaklini à Fox News. "Isso já aconteceu com muitos, muitos cristãos, Yazidis Yazidi e outros".
Em março, o secretário de Estado dos EUA John Kerry reconheceu pela primeira vez que um genocídio está sendo cometido pelo Estado Islâmico.
Em abril, o Congresso '#WeAreN2016', um encontro internacional de peritos de alto nível e testemunhas, realizado em Nova York, pediu aos líderes mundiais que impedissem a perseguição dos cristãos no Iraque, na Síria e em outros lugares.
"Os cristãos constituem 80% das minorias perseguidas. Eles são vítimas da imposição deliberada de condições de vida que provocam a sua destruição física, total ou em parte", disseram os organizadores do evento, que incluía o grupo 'Em defesa dos cristãos'. "Eles estão sendo assassinados, decapitados, crucificados, espancados, extorquidos, sequestrados e torturados".
Em sua publicação de propaganda em língua inglesa, o grupo terrorista sunita no ano passado tentou justificar sua barbárie, dizendo que transformar mulheres "infiéis" em escravas sexuais é algo que está de acordo com o "ensinamento islâmico".
"Antes Shaytan [Satanás] revela suas dúvidas para os fracos de espírito e de coração. Deve-se lembrar que escravizar as famílias da kuffar [infiéis] e tomar as suas mulheres como concubinas é um aspecto firmemente estabelecido da lei Sharia, da qual se alguém negar ou zombar, também estaria negando ou zombando dos versículos do Corão e da narraçãodo Profeta [Maomé] ... e apostatando, assim, do islamismo", declarou a revista de propaganda do Estado Islâmico,'Dabiq'.
O Estado Islâmico é uma ramificação da Al-Qaeda, que quer estabelecer um califado na região do Levante e além dele. Ela ganhou o controle sobre grandes áreas de territórios na Síria e no Iraque, e está buscando expandir ainda mais estes domínios. No entanto, os exércitos sírio e norte-americano apontam que o grupo terrorista tem perdido cada vez mais seu território.
No Iraque, o Estado Islâmico perdeu quase metade do território, o qual vinha conquistando desde que devastou o país em Junho de 2014, segundo um porta-voz do Pentágono disse na semana passada.