Após um clima conturbado, devido à tentativa de fraudar o resultado das eleições para a presidência do Senado e dar vitória a Renan Calheiros, a sessão o próprio candidato desistiu de continuar concorrendo à reeleição (já imaginando que tinha a minoria dos votos) e Davi Alcolumbre (DEM) saiu vitorioso.
Judeu ortodoxo e opositor da legalização do aborto, Alcolumbre tem 41 anos e foi eleito pela primeira vez presidente do Senado para cumprir um mandato de dois anos.
Davi também é aliado do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o que aumenta as chances de seus posicionamentos favoráveis às pautas do governo Bolsonaro.
Casado e pai de dois filhos, Alcolumbre é natural de Macapá (AP), nascido em 19 de junho de 1977. Ele é o quarto filho do mecânico José Tobelem e da empresária Julia Alcolumbre.
Ainda jovem, Alcolumbre começou a trabalhar no comércio da família. Chegou cursar Ciências Econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap), mas não concluiu o curso e optou por seguir o caminho da política.
Histórico político
A trajetória política de Davi teve início como vereador na cidade de Macapá. Ele exerceu seu mandato da Assembleia Legislativa por dois anos (de 2001 a 2002), quando se elegeu deputado federal.
Na Câmara Federal, foi reeleito duas vezes, somando no total, três mandatos consecutivos.
Nas eleições de 2014, foi eleito senador para um mandato de oito anos. Em 2018, chegou a tentar eleição para o governo de Amapá, mas ficou em terceiro lugar e retomou o mandato de senador.
Na eleição para a presidência do Senado, conseguiu 42 votos. A sessão também foi marcada por discussões acaloradas e a abertura espontânea do voto de diversos senadores, como Flávio Bolsonaro e Tasso Jereissati.
Atuação na Casa
Como senador, desde 2015 Alcolumbre participou de votações importantes na Casa. O parlamentar do Amapá votou, por exemplo, a favor da reforma trabalhista em 2017.
Em 2016, Davi votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve seu mandato cassado, dando lugar a Michel Temer no Palácio do Planalto.
Já às vésperas da eleição para a presidência do Senado, Alcolumbre se declarou a favor do voto aberto.
Repercussão
Também por significar uma oposição à volta de Renan Calheiros à presidência do Senado — já que a cadeira estava vaga com a não reeleição do presidente anterior, Eunício Oliveira — a repercussão da eleição de tem sido ampla.
Seu primeiro nome e sua ascendência judaica só contribuíram para a comparação de sua vitória sobre Renan Calheiros com a vitória de Davi sobre Golias. A metáfora foi reforçada pelo Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"Davi respondeu: — Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas eu vou contra você em nome do Senhor Todo-Poderoso, que você desafiou.” 1Samuel 17:45. BRASIL acima de tudo , DEUS acima de todos ! Viva o BRASIL", publicou o ministro da Casa Civil em seu perfil oficial do Twitter.
A vitória de Alcolumbre também foi celebrada pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.
"Estimado Senador Davi Alcolumbre, direto de Eretz Israel envio meus sinceros cumprimentos pela espetacular vitória para a presidência do Senado Federal. Temos muito orgulho de ter um grande judeu e amigo de Israel na liderança desta casa legislativa. Em nome do povo e do governo de Israel desejo-lhe Hatzlachá e Mazal Tov com muito sucesso. Shalom!", publicou o embaixador em sua página do Facebook.
A metáfora foi citada até pelo próprio Renan, enquanto anunciava a retirada de sua candidatura.
"Falam da candidatura de Davi contra Golias. E eu digo aqui que o Golias é o Davi. E eu retiro minha candidatura", declarou.