Número de mortos em seita no Quênia chega a 200, com mais de 600 desaparecidos

As autópsias confirmaram que as vítimas morreram de fome, estrangulamento, asfixia e ferimentos causados ​​por objetos cortantes.

Fonte: Guiame, com informações da Associated PressAtualizado: segunda-feira, 15 de maio de 2023 às 15:22
Paul Mackenzie, responsável pela seita no Quênia. (Foto: Reprodução/YouTube/O POVO Online)
Paul Mackenzie, responsável pela seita no Quênia. (Foto: Reprodução/YouTube/O POVO Online)

No Quênia, a polícia exumou mais 22 corpos, a maioria deles com sinais de fome. Com isso, no último sábado (13), o número de mortos ligados a um “Culto do Juízo Final” atingiu o total de 201.

Acredita-se que os corpos sejam de seguidores do pastor Paul Mackenzie, residente da costa do Quênia, que orientou os cristãos a realizarem um jejum para encontrar Jesus.

De acordo com a AP News, mais de 600 pessoas ainda estão desaparecidas.

Paul foi preso no mês passado e permanece sob custódia. A polícia planeja acusá-lo de crimes relacionados ao terrorismo.

Centenas de corpos foram desenterrados de valas espalhadas por sua propriedade, localizada no condado de Kilifi.

Paul contou que encerrou as atividades de sua igreja em 2019 e se mudou para a propriedade em uma área de floresta para cultivar.

Laudos médicos comprovam a gravidade da ocorrência

Na última semana foram realizadas autópsias em mais de 100 corpos e comprovaram que as vítimas morreram de fome, estrangulamento, asfixia e ferimentos causados ​​por objetos cortantes.

Os meios de comunicação locais estão relatando casos de desaparecimento de órgãos internos de corpos citando investigadores do incidente.

Paul, sua esposa e outros 16 suspeitos comparecerão ao tribunal no final do mês. Ele 

já havia sido acusado pela morte de crianças em sua igreja, em um caso que está em andamento no tribunal.

Segundo a comissária regional da costa, Rhoda Onyancha, o número total de presos é de 26, com 610 pessoas dadas como desaparecidas por suas famílias.

A AP News informou que não está claro quantos sobreviventes foram resgatados até agora das operações de busca e liberação na propriedade de Paul. 

Entre os que foram socorridos, alguns estavam fracos e não conseguiam andar.

A sociedade no Quênia é religiosa, por isso os cultos são comuns. Porém, alguns líderes religiosos estão sendo investigados por pregarem ensinamentos considerados enganosos e contrários aos direitos humanos.

Na última semana, o presidente William Ruto reuniu uma comissão de inquérito para investigar como centenas de pessoas foram atraídas para a morte na costa e recomendou que ações fossem tomadas contra instituições que não se posicionaram sobre o caso.

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