A ONU continua ignorando as atrocidades do Estado Islâmico contra cristãos, diz grupo

A ONU reconheceu que o Estado Islâmico está cometendo genocídio contra a minoria religiosa e étnica dos Yazidis, mas não incluiu os cristãos entre as vítimas do grupo terrorista.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sábado, 4 de março de 2017 às 11:30
Terroristas dos Estado Islâmico crucificam homem em praça pública. (Foto: Reuters)
Terroristas dos Estado Islâmico crucificam homem em praça pública. (Foto: Reuters)

As decapitações em massa, a escravidão sexual e a crucificação de cristãos são "atrocidades históricas" usadas pelo Estado islâmico, porém a Organização das Nações Unidas (ONU) ainda se recusa a abordar e tomar medidas sobre este asssunto, segundo o Centro Americano de Direito e Justiça (ACLJ).

"Devemos agir para impedir ... as ações do mal, cometidas pelo Estado Islâmico para intimidar e eliminar os cristãos e outras minorias religiosas da face da Terra", disse o grupo conservador de direito em um comunicado, no qual descreve os crimes de guerra cometidos pelo grupo terrorista.

"As Nações Unidas devem liderar o mundo no cumprimento de nossas obrigações jurídicas e morais internacionais", acrescentou.

O ACLJ disse na quinta-feira que enviou uma carta a Nikki Haley, representante permanente dos Estados Unidos na ONU, exigindo que o governo dos EUA pressionem seus aliados internacionais a tomarem medidas contra o genocídio promovido pelo Estado Islâmico contra as minorias religiosas.

"No dia 17 de março de 2016 houve o posicionamento oficial dos Estados Unidos, reconhecendo que o Estado Islâmico está cometendo genocídio contra cristãos e outras minorias religiosas. Agora exortamos você a promover essa política oficial dos EUA na Organização das Nações Unidas", disse a carta enviada a Haley.

"É imperativo que as Nações Unidas reconheçam formalmente que as atrocidades cometidas pelos Estados Unidos contra os cristãos, yazidis e outras minorias religiosas e étnicas no Iraque, na Síria e em outros lugares sejam reconhecidas como genocídio para implicar as obrigações da comunidade internacional de acordo com a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio e a responsabilidade bem estabelecida de proteger as vítimas de genocídio", acrescentou.

O grupo de advogados pediu uma "ação rápida e decisiva" da representante norte-americana para pôr fim às atrocidades cometidas contra as minorias religiosas e argumentou que a própria Carta dos Estados Unidos determina que as vítimas devem ter proteção e zonas seguras dentro da região.


Mobilização
O último comunicado do ACLJ também está relacionado a uma petição assinada por mais de 277 mil pessoas, pedindo o fim do genocídio e a proteção dos cristãos no Iraque e na Síria.

O Estado Islâmico tem divulgado vídeos aterrorizantes na internet, como um intitulado "Uma Mensagem Assinada com Sangue para a Nação da Cruz" (2014), no qual seus terroristas decapitaram 21 cristãos coptas e ameaçavam diretamente matar mais crentes.

A brutalidade dos radicais islâmicos forçou milhões a fugirem de suas casas no Iraque e na Síria, como refugiados, incluindo muitos cristãos.

O ACLJ questionou o silêncio da ONU em várias ocasiões, apesar da evidência bem documentada sobre o alvo específico que se tornaram os cristãos e outras minorias.

Em Fevereiro, o grupo enviou uma carta através da sua filial europeia, o Centro Europeu de Direito e Justiça, diretamente à ONU.

"Precisamos de ação agora. A ONU deve defender os direitos de todas as minorias religiosas, incluindo os cristãos no Iraque, na Síria e em qualquer outro lugar onde o Estado Islâmico se envolva em genocídio", dizia a carta naquela época.

A ONU reconheceu que o Estado Islâmico está cometendo genocídio contra Yazidis, como em uma declaração de junho de 2016 pelo Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, mas ainda não incluiu cristãos nesse reconhecimento.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições