Nesta sexta-feira (16), palestinos atearam fogo em um santuário judaico na região de Nablus (Cisjordânia) e esfaquearam um soldado israelense perto de Hebron. O fato vem aumentar ainda mais o clima tenso na região, que já dura mais de duas semanas, marcadas pela violência.
Segundo o exército de Israel, cerca de 100 pessoas foram ao túmulo do patriarca bíblico José, na parte norte da Cisjordânia e parte deles começaram a atear fogo ao local.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas condenou o ataque incendiário contra a tumba de José.
Esta foi a primeira condenação que o líder emitiu com relação a qualquer um dos 24 ataques palestinos, que mataram oito israelenses e feriram mais de 70 desde 1º de Outubro.
O presidente palestino também se comprometeu a criar uma comissão de inquérito para investigar o incêndio que danificou as seções do local histórico e também considerado sagrado para muitos cristãos e judeus.
A mudança em sua retórica anti-Israel surge em paralelo com a expectativa de que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry visite a região, em um esforço para acalmar a crescente violência entre israelenses e palestinos.
Os israelenses, no entanto, aumentaram suas críticas e ataques verbais contra Abbas e seu governo.
O líder do partido 'Yisrael Beytenu', Avigdor Liberman responsabilizou a 'Autoridade Nacional Palestina' (PA) pelo incêndio no túmulo de José e disse que o fato mostra que a ocupação da PA na região "não é diferente da que o Estado islâmico promove" após suas invasões.
O túmulo está localizado perto do local que já foi a cidade bíblica de Siquém e tem uma história de culto judaico, cristão e muçulmano.
O local está totalmente sob o controle da Autoridade Palestina os cultos judaicos têm sido severamente limitados no entorno do Túmulo, desde o início da segunda Intifada, em outubro de 2000, depois que um policial da fronteira israelense foi morto lá, durante confrontos com os palestinos.
Sob os acordos de Olso, os judeus foram autorizados, com acesso limitado ao local e uma 'yeshiva' (espaço onde se estuda a Torá) foi instalado lá.
Agora os adoradores judaicos podem acessar o túmulo apenas uma vez por mês, no meio da noite, enquanto tropas do Comando do Sul (Forças israelenses) protegem as vias da cidade que levam ao local.
Fotos de chamas que se projetam do túmulo foram publicadas pelo Conselho Regional de Samaria nesta sexta-feira de manhã.
O fogo foi controlado pela polícia palestina antes que as forças do Comando do Sul pudessem chegar à cena.
Partes do local religioso foram severamente danificadas pelo fogo, mas não houve relatos de feridos.
Colonos e políticos de direita reagiram ao ataque incendiário, exigindo que o túmulo seja colocado sob controle israelense, apesar de sua localização à beira da cidade de Nablus.
"Mais uma vez está provado que não há alternativa diante da soberania de Israel, quando se trata de preservar locais sagrados judaicos", disse Avi ro'eh, que dirige o Conselho de Comunidades Judaicas da Judéia e Samaria. Ele pediu ao governo, a permissão para que os adoradores judeus tenham mais acesso ao local.