Papua Nova Guiné reconhece oficialmente a Trindade em sua Constituição

A proposta foi aprovada pela Comissão de Reforma Constitucional com ampla maioria: 80 votos a favor e 4 contra.

Fonte: Guiame, com informações do The PNG SunAtualizado: quarta-feira, 3 de setembro de 2025 às 15:46
Parlamento da Papua Nova Guiné. (Foto: parliament.gov.pg)
Parlamento da Papua Nova Guiné. (Foto: parliament.gov.pg)

Em uma decisão histórica, o Parlamento de Papua Nova Guiné aprovou uma emenda constitucional que reconhece oficialmente a Trindade – Deus Pai, Jesus Cristo, o Filho, e o Espírito Santo – como Criador e Sustentador do universo.

A mudança foi feita no preâmbulo da Constituição e reafirma a identidade cristã da nação, localizada na Oceania.

Segundo o jornal The PNG Sun, a proposta foi aprovada com ampla maioria: 80 votos a favor e apenas 4 contra, após anos de consultas públicas lideradas pela Comissão de Reforma Constitucional.

Além da referência à Trindade, a emenda também declara a Bíblia como símbolo nacional, reforçando o papel histórico das igrejas cristãs na formação do país.

‘Retorno às raízes’

O primeiro-ministro James Marape, que é adventista do sétimo dia, afirmou que a medida representa um retorno às raízes espirituais da nação e um compromisso com valores cristãos.

“Estou feliz. Esta emenda constitucional finalmente reconhece nosso país como uma nação cristã. Isso reflete, na forma mais elevada, o papel que as igrejas cristãs desempenharam em nosso desenvolvimento como país”, disse ele.

A emenda também altera o Quinto Objetivo Nacional, reforçando os valores cristãos como parte da identidade do país.

Papel das igrejas

O primeiro-ministro enfatizou o papel essencial que as igrejas desempenharam na unificação da população diversificada da nação, composta por centenas de línguas e culturas distintas.

“As igrejas cristãs ancoraram a unidade e a união de nosso país. Eles precederam o governo em muitas áreas, fornecendo serviços essenciais onde o governo estava ausente. Os missionários chegaram aqui há mais de 150 anos e continuam a servir nosso povo hoje”, acrescentou.

Apesar da forte aprovação, a mudança gerou reações diversas. Líderes cristãos celebraram a decisão como um marco espiritual, esperando que ela promova harmonia nacional e ajude a combater violência e corrupção.

Por outro lado, vozes como a do bispo católico Giorgio Licini alertam que a medida pode gerar desilusão, caso não seja acompanhada de ações concretas.

Apesar da mudança constitucional, as garantias de liberdade religiosa permanecem intactas.

O Artigo 45 da Constituição continua protegendo o direito de consciência, pensamento e religião, assegurando que cidadãos de outras crenças não sejam prejudicados pela mudança.

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