Pastor é demitido de biblioteca nos EUA por se recusar a usar pronomes trans

O caso ocorreu na Biblioteca Paroquial de East Baton Rouge, em Louisiana, onde muitos cristãos criticaram a decisão da instituição.

Fonte: Guiame, com informações de Baptist Press Atualizado: terça-feira, 22 de julho de 2025 às 20:24
Luke Ash. (Foto: Reprodução/YouTube/Tony Perkins)
Luke Ash. (Foto: Reprodução/YouTube/Tony Perkins)

Um pastor foi demitido de seu cargo em uma biblioteca nos Estados Unidos após se recusar a usar pronomes que não correspondiam ao sexo biológico de uma colega de trabalho.

Luke Ash, pastor da Igreja Batista Stevendale em Baton Rouge, foi demitido em 10 de julho do cargo de técnico de biblioteca pela Biblioteca Paroquial de East Baton Rouge.

Na última quinta-feira (17), ele afirmou a outros pastores que sua intenção não era causar conflito, mas que usar pronomes masculinos para se referir a uma colega de trabalho entraria em conflito com o que a Bíblia diz sobre a criação de Deus — homem e mulher e, portanto, seria uma mentira.

Após a repercussão do caso, o assunto atraiu a atenção do governador de Louisiana, Jeff Landry, e da procuradora-geral Liz Murril.

"Os habitantes de Louisiana jamais deveriam perder o emprego por se recusarem a mentir! A Louisiana é o mundo real, e no mundo real não existem pronomes preferenciais — apenas os biológicos!", disse o governador nas redes sociais.

No X, Murrill acrescentou: “Louisiana não é Nova York nem Califórnia. A lei estadual proíbe a discriminação com base na religião no local de trabalho, especialmente para funcionários públicos em uma biblioteca pública financiada pelos contribuintes. Em Louisiana, os cristãos têm direitos como todos os outros”.

Até mesmo Harmeet Dhillon, procuradora-geral adjunta do Departamento de Justiça dos EUA para os Direitos Civis, reagiu com surpresa e indignação diante do caso.

Entenda o caso

O pastor havia sido contratado há cerca de três meses como técnico de biblioteca na Biblioteca Paroquial de East Baton Rouge (EBRPL). Apesar de ter notado políticas com as quais discordava, ele afirmou que focou em fazer um bom trabalho.

Em um e-mail enviado no dia 10 de julho ao prefeito-presidente Sid Edwards, de Baton Rouge e da paróquia de East Baton Rouge, Ash relatou os acontecimentos que levaram à sua demissão. 

“Fui demitido hoje por me recusar a usar pronomes preferenciais”, disse ele.

Segundo o pastor, o incidente ocorreu quando um colega — que treinava uma nova estagiária — insistiu para que ele se referisse à estagiária utilizando pronomes masculinos. Ash afirma que não chegou a interagir diretamente com a mulher, sua conversa foi apenas com o instrutor.

No dia seguinte, ele foi repreendido por outros três funcionários "por não manter a política de inclusão da biblioteca ao se recusar a usar pronomes preferenciais". Na ocasião, ele foi informado de que a decisão final sobre seu futuro no trabalho seria tomada pela alta administração da Biblioteca. Então, no mesmo dia, Ash foi desligado do cargo. 

Para ele, "a biblioteca não é um lugar acolhedor para um cristão ou alguém politicamente conservador trabalhar" e se ofereceu para conversar com Edwards sobre as práticas "claramente partidárias e discriminatórias" da EBRPL.

Em resposta à situação, líderes religiosos locais redigiram uma carta de repúdio. David L. Goza, pastor da Igreja Batista Jefferson e presidente da Convenção Batista da Louisiana, e Lewis Richerson, pastor da Igreja Batista Woodlawn, reuniram assinaturas durante o café da manhã com pastores no dia 17. 

O documento classificava a demissão como “uma violação da liberdade religiosa”, “uma crise da Primeira Emenda” e “um precedente perigoso”, além de exigir a recontratação de Ash e a revisão das políticas da biblioteca relacionadas à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).

‘A biblioteca agiu injustamente’

Na mesma noite, um grupo de pastores compareceu à reunião do Conselho de Controle da biblioteca para entregar a carta. Richerson tentou se manifestar durante o encontro, mas foi interrompido sob alegação de que não estava abordando um item da pauta. Ele contestou a decisão, afirmando que o tema foi introduzido durante a discussão sobre o orçamento do conselho, que estava na pauta.

Richerson destacou que “o dinheiro público não deve financiar coerção ideológica ou discriminação religiosa” e que a demissão de Ash “não foi apenas desnecessária — foi errada”.

“Esperamos que as instituições públicas atendam a todas as pessoas — incluindo aquelas com convicções religiosas tradicionais. Se o orçamento atual sustenta políticas que excluem cristãos fiéis do serviço público, então o orçamento é parte do problema”, disse ele, apesar das tentativas do presidente do conselho e de outros membros de silenciá-lo.

“A Palavra de Deus diz: 'Ai daqueles que ao mal chamam bem e ao bem, mal' (Isaías 5:20). Ao exigir que os funcionários usem pronomes que rejeitam a ordem criada — masculino e feminino como feitos por Deus — a biblioteca não apenas agiu injustamente, mas também se rebelou contra a verdade do próprio Deus”, concluiu.

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