O pastor Pan Yongguang da Igreja Mayflower, cujos membros fugiram para a Coreia do Sul em 2019, depois de enfrentar ameaças e interrogatórios da polícia chinesa, falou do lado de fora do Capitólio dos EUA, na última quarta-feira (12), de acordo com o Christian Post.
Pan liderou uma congregação de 64 cristãos chineses debaixo de perseguição religiosa no país comunista. Ele agradeceu a Deus por trazê-los à liberdade nos EUA, mas alertou que muitos heróis fiéis ainda enfrentam a opressão do Partido Comunista Chinês (PCC).
Quatro anos se passaram após a fuga do pastor e dos membros da Mayflower e agora eles vivem sob liberdade condicional humanitária em solo americano. Em abril, eles chegaram a Dallas, no Texas, após esforços concentrados do fundador da ChinaAid, Bob Fu, que negociou a libertação dos cristãos.
‘Oprimidos pelo comunismo’
Bob Fu traduziu a fala do pastor Pan durante a coletiva de imprensa. Primeiro o pastor agradeceu a Deus “por Seu poder de encaminhar a pequena igreja aos EUA” e depois observou que há muitos cristãos na China que são oprimidos pelo comunismo, como seu amigo que está preso, o pastor Wang Ti, da Igreja Early Rain Conevant.
Depois da coletiva, Pan deu entrevista ao Christian Post onde disse que o governo dos EUA deveria pressionar os perseguidores na China e também citou que há várias denominações americanas que ajudam os cristãos chineses com o fornecimento de Bíblias, entre outras colaborações.
Bob Fu aproveitou a ocasião para fazer um alerta. “A China lançou uma guerra contra a fé”, disse ao destacar vários exemplos de perseguição, desde pastores que enfrentam multas por terem caixas de ofertas em suas igrejas até a prisão de uigures em campos de concentração.
Fu enfatizou como o PCC está forçando as pessoas a “submeter sua fé totalmente ao governo” e também destacou que “a liberdade religiosa é a base da liberdade”.
‘A China está reescrevendo a Bíblia’
Após a coletiva de imprensa, Pan e Fu participaram de uma mesa redonda inter-religiosa sobre a supressão da liberdade religiosa na China. O evento aconteceu no Capitólio.
Durante a discussão com a participação de pessoas de fé cristã, judaica e muçulmana, o deputado Gallagher deu início à palestra alertando que “a China está reescrevendo a Bíblia”.
Ele compartilhou sobre os relatos de que o PCC alterou a parte do Evangelho de João onde Jesus defendeu uma mulher adúltera dizendo a seus acusadores: “Aquele que estiver entre vocês sem pecado que atire a primeira pedra”, depois disso, Jesus disse a ela: “Vá e não peques mais”.
Na versão chinesa, falando sobre a Bíblia num livro universitário chinês, de 2020, em vez de Jesus perdoar a mulher, ele a apedrejou até a morte.
Outras alterações na Bíblia
A outra alteração foi encontrada nos 10 Mandamentos, que foram substituídos por citações de Xi Jinping. Por exemplo, no mandamento “Não terá outros deuses diante de mim” agora encontra-se a recomendação “Proteja-se da infiltração da ideologia ocidental”.
“Xi Jinping não tem problemas com o primeiro mandamento (Amar a Deus sobre todas as coisas), contanto que ele e o PCC estejam fazendo o papel de Deus”, disse Gallagher.
Tony Perkins, presidente do Family Research Council e ex-presidente da Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional, disse que “todos os grupos religiosos são vistos como uma ameaça ao regime chinês”.