Prédio da Universidade Federal do ES adota banheiros transgêneros

Organizações de direitos femininos alertam para o risco que mulheres correm com a medida.

Fonte: Guiame, com informações de Gazeta do Povo Atualizado: segunda-feira, 16 de maio de 2022 às 17:50
Comunicado na porta de um banheiro do Centro de Educação da Ufes. (Foto: Reprodução).
Comunicado na porta de um banheiro do Centro de Educação da Ufes. (Foto: Reprodução).

O Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) adotou banheiros transgêneros em seu prédio. A nova medida permite o uso dos banheiros feminino e masculino por qualquer estudante que se declare homem ou mulher.

Com a mudança, um homem biológico autodeclarado transexual, poderá utilizar o banheiro feminino, assim como uma mulher biológica trans, poderá usar o banheiro masculino. 

A política de banheiros transgêneros foi aprovada em setembro de 2021, mas começou a ser praticada no final de abril, com o retorno das aulas presenciais da faculdade.

De acordo com o Conselho Departamental do Centro de Educação da Ufes, a resolução tem o objetivo de “garantir o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero nos prédios do Centro de Educação conforme o gênero que pessoas transexuais, travestis e transgêneros se reconhecem, não devendo ser imposto o uso deste ou daquele conforme o sexo biológico, mas respeitada a escolha de acordo com a identidade de gênero”.

A nova medida ainda determinou que cartazes, informando sobre a mudança, fossem colocados nos banheiros e que servidores e funcionários terceirizados recebessem formação para garantir o respeito ao nome social e a identidade de gênero de pessoas transexuais, travestis e transgêneros.

Segundo a assessoria de imprensa da Ufes, a faculdade já ofereceu a formação em encontros sobre a diversidade sexual. 

Entretanto, professores e servidores que não concordam com a resolução afirmam que a mudança não foi feita com a discussão da comunidade acadêmica e que afeta as mulheres, principalmente.

“A questão do banheiro é biológica, não de orientação sexual. Como vamos proteger as meninas de abusos?”, afirmou um servidor.

Parte da comunidade da faculdade que é contra a mudança tem permanecido em anonimato, por medo de retaliações ou ações judiciais.

Risco para as mulheres

Organizações pela proteção da mulher, como a Campanha pelos Direitos Humanos das Mulheres, têm alertado para o risco que mulheres enfrentam com a adoação de banheiros transgêneros.

Segundo as organizações, são inúmeros os casos de homens que se aproveitam da política, fingindo uma orientação sexual, para cometer abusos

A Campanha pelos Direitos Humanos das Mulheres já explicou os riscos da autodeclaração de gênero e por que não é preconceito barrar homens biológicos em banheiros femininos, durante uma ação que defendeu um segurança que impediu a entrada de um travesti em um toalete feminino. 

“É impossível comprovar que um indivíduo tenha ou não uma ‘identidade de gênero’; não há exames para atestar isso”, afirma a representação.

“Nossa campanha defende o direito de todo ser humano a viver sua vida sem violência e isso obviamente inclui indivíduos que não aceitam o próprio sexo biológico e que se sintam constrangidos ou ameaçados nos espaços do próprio sexo. Porém, a solução não é transferir esse mesmo constrangimento e sensação de ameaça para as meninas e mulheres”.

 

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