A cirurgia de mudança de sexo pode ter efeitos desastrosos na vida que passa por ela. O alerta é da psiquiatra gaúcha Akemi Shiba, que tem buscado alertar sobre o perigo dos diagnósticos de disforia de gênero que têm sido feitos, segundo ela, de maneira precoce e sem o estudo aprofundado de cada caso.
Em entrevista exclusiva por telefone à TV Jornal da Cidade Online, Dra. Akemi falou sobre a possibilidade de o Brasil e diversos outros países ocidentais estarem vivendo uma “epidemia de transgêneros”, que ainda não tem uma explicação certa, mas segundo ela, precisa ser analisada e seguida de perto.
A psiquiatra alertou que o número de jovens, adolescentes e até mesmo crianças que começam a fazer a tratamentos com bloqueadores de puberdade para trocar de gênero tem aumentado assombrosamente e que eles dão início a tal procedimento cada vez mais cedo.
Segundo a psiquiatra que é especialista no assunto, a comunidade médica fez um abaixo assinado, para solicitar a revogação da Resolução nº 2.265/2019 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que diminui a idade para realização da cirurgia, de 21 anos para 18 anos, e de 18 anos para 16 anos para realizar hormonioterapia.
“Agora eles aprovaram o bloqueio da puberdade, ou seja, nos primeiros sinais de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, a criança já pode receber os hormônios para bloquear o desenvolvimento da puberdade. Não existem estudos a longo prazo que mostrem os malefícios que isso pode trazer, em um momento de grande desenvolvimento cerebral, que efeitos podem acarretar no cérebro. Como eles estão baixando as idades, resolvemos nos manifestar e começar a levantar essa discussão mais intensamente”, explicou a médica.
Akemi também alertou que as proporções que as acusações de “transfobia” têm tomado atualmente são preocupantes.
“Dizem que quem é contra a conduta de afirmação de gênero é contra a comunidade LGBT, isso é uma maneira de calar as pessoas. Juntam uma coisa com a outra para fazer de conta que é verdade”, destacou.
Mascarando a gravidade
A psiquiatra ainda ressaltou que há uma estratégia do ativismo LGBT para tornar um procedimento invasivo e agressivo como o tratamento hormonal e a cirurgia de mudança de sexo algo “normal”. O movimento LGBT chega a classificar tais procedimentos, não como uma mudança drástica, mas sim como uma “readequação da anatomia ao sexo psíquico”.
“Os ativistas LGBT estão querendo despatologizar [descaracterizar como doença] a disforia de gênero, ou seja, querem mudar as palavras, ao invés de tratamento cirúrgico, seria uma readequação da anatomia com o sexo psíquico. Temos que usar as palavras como elas devem ser, é castração, são retirados os órgãos, é uma coisa muito grave, vai definir a vida da pessoa”, disse ela. “A nossa preocupação é com a precipitação e a pressa para fazer um tratamento e chegar à cirurgia de transgenitalização, que pode ter uma repercussão desastrosa na vida de uma pessoa se ela for diagnosticada com disforia de gênero transitória, que provavelmente, muitos casos são”.
“Existem outros problemas também. A cirurgia de menino para menina, na qual se retiram o pênis e testículos, fazendo uma neovagina, é relativamente tranquila. Mas a cirurgia de menina para menino é muito complicada, tem que fazer várias. Uma das técnicas, a mais aceitável, é botar extensor no clitóris, botar prótese para os testículos, e podem ocorrer complicações na uretra, fístulas, estenoses, e o pênis fica minúsculo, não fica igual”, acrescentou.
Akemi ainda alertou que os adolescentes ainda não têm maturidade suficiente para tomar uma decisão que irá definir o restante de sua vida.
“O adolescente não tem muita ideia do que ele quer para a vida dele, então não é uma época boa para tomar decisões dessa magnitude. Existem os grupos ativistas que estão preconizando essa conduta de afirmação de gênero, e as pessoas que estão perdidas, que se arrependeram? Não tem nenhum grupo ativista em prol deles”, destacou.
Clique abaixo para conferir a entrevista completa em áudio: