Duas associações cristãs da Espanha anunciaram processos contra a revista satírica Mongolia por “crimes contra a religião”, após retratar Jesus como excremento na capa da edição de dezembro.
A Associação de Advogados Cristãos e o Instituto de Política Social refutam a revista por utilizar a imagem do menino Jesus como um emoticon de excremento, com a frase: “O filho de Deus nasceu! Igual ao pai!”
A imagem provocou a indignação de religiosos e políticos na Espanha. Entre eles está o deputado de direita do partido Vox, Jorge Buxadé, que considerou que a capa “fere gravemente os sentimentos religiosos da maioria dos espanhóis”.
Em nota pública, a Associação de Advogados Cristãos dois crimes: contra sentimentos religiosos e lavagem de dinheiro, vinculando a revista ao advogado Gonzalo Boye, que recentemente foi processado por envolvimento no narcotráfico.
🙌 ¡Ha nacido el hijo de Dios! ¡Igualito al padre! Ya disponible el número de diciembre de #RevistaMongolia 💩
— Revista Mongolia (@revistamongolia) December 2, 2022
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“É evidente que esta revista pode ter sido utilizada, alegadamente, para cometer um crime de branqueamento de capitais, do qual o acusado é um dos seus fundadores. No último ano [2020], a editora recebeu mais de 61.000 euros em subsídios públicos", disse a presidente da entidade, Polonia Castellanos, que acrescentou: “Eles usam o ataque aos cristãos para desviar a atenção de suas contas e de um suposto crime de lavagem de dinheiro, que agora também seria subsidiado pelo governo de Pedro Sánchez”.
Em seu site, a revista nega as acusações e argumenta que Gonzalo Boye ingressou na Mongolia pouco antes da publicação chegar às bancas, em março de 2012, apenas como acionista minoritário, e que se desvinculou em 2017.
‘Peça perdão aos cristãos’
Uma petição online, que já soma mais de 50 mil assinaturas, insta a revista Mongolia a retirar a capa e pedir perdão aos cristãos. Até agora, nada foi feito.
O Instituto de Política Social explica que irá mover a ação pelo fato de a revista não ter retirado a capa da edição de dezembro, como também zombado das críticas, através da campanha #SalvemosLaNavidad (#SalveONatal) nas redes sociais.
A denúncia será apresentada "por ataque a sentimentos religiosos e incitação ao ódio" contra a revista e seu diretor.
Viemos com um chicote da justiça para que nossos valores sejam respeitados”, declarou o presidente do instituto, Pablo Hertfelder Garcia.