Para Ricardo Oliveira, atacante do Santos, a vida de atleta em campo traz, muitas vezes, um grande conflito moral.
Dentro dos gramados, parte de sua função está em desestabilizar adversários, trocar provocações e até "chegar junto" nas divididas. Por outro lado, fora de campo Ricardo é pastor da Igreja Assembléia de Deus, e por meio do futebol, prega o Evangelho a outros atletas. Só na última semana, dois jogadores do Santos foram batizados por ele.
"Já me vi [em conflito moral]. O futebol te proporciona muito isso, todo dia, em todos os jogos. Tem que ter um domínio. Já perdi a cabeça, sim, mas tive hombridade para pedir perdão, pois nunca tive intuito de prejudicar. Sempre quis dar meu melhor, porque se vou disputar a bola, vou no corpo o mais forte que puder. Isso é competição, acontece, mas existe um preparo para dominar esses conflitos, para não chocar e extrapolar. Futebol é assim. No futebol você não pode pedir por favor, é outra linguagem, mas acabo me adaptando a isso", disse Ricardo Oliveira ao Lance! após partida.
O camisa 9 explica que é necessário haver comprometimento em campo. "Quando estou jogando, minha cabeça está voltada para o futebol. Algumas vezes já fui provocado, falaram que eu era pastor, que não poderia fazer tal coisa. Aí não! Sou atleta, defendo um escudo, só não vou ser desleal, mas não vou deixar de competir 100%. Vou correr, marcar, puxar, sair com marca no braço, mancando, mas acabou ali. De fato, não é fácil lidar com isso, mas consegui me preparar há muito tempo para lidar com isso e ser exemplo", completou o goleador.
Ricardo Oliveira tem 20 gols marcados em 2015, sendo 11 no Paulistão — onde foi eleito melhor atacante, craque e artilheiro —, um na Copa do Brasil e oito no Brasileirão — competição em que ele, atualmente, abre a lista de goleadores.