Militares norte-americanos não têm interesse em proteger membros que exibem versículos bíblicos em sua mesa de trabalho. Isso foi o que lamentou Travis Weber, do Conselho de Pesquisa da Família, após sair do Tribunal de Apelações dos EUA.
O foco da reunião foi o caso da fuzileira naval Monifa Sterling, que foi processada em 2014 por se recusar a retirar um versículo bíblico que estava colado em seu computador. Nesta quarta-feira (27), o Tribunal de Apelações para as Forças Armadas dos EUA ouviu os argumentos que envolvem o caso.
Na sessão, entre os presentes estavam os membros do Conselho de Pesquisa da Família, incluindo Weber e o diretor do Centro de Liberdade Religiosa FRC.
Como ex-piloto da marinha, Weber acredita que Sterling deva ganhar o caso, com base na Lei Federal de Liberdade Religiosa. "O exercício religioso deve ser protegido como um direito, mas também devemos lembrar que este exercício, em si, ajuda o militar em suas necessidades maiores. A fé individual dos membros de serviço permite que eles enfrentem o perigo e a morte", disse ele ao site The Christian Post.
Em maio de 2013, Monifa Sterling foi condenada por não seguir as ordens de seu sargento, quando trabalhava no Campo Lejeune, na Carolina do Norte. Ela colou versos da Bíblia em três lugares diferentes, que diziam: "Toda arma forjada contra mim não prosperará."
"Se o governo pode pedir a um fuzileiro naval para não exibir um versículo da Bíblia, eles poderiam também tentar pedir para não fazer uma tatuagem religiosa, ou ir à igreja no domingo", disse, na época, o advogado do Instituto Liberdade Michael Berry. "Restringir o livre exercício da religião de um fuzileiro naval é inconstitucional."
Por outro lado, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para as Forças Armadas considerou que a Lei de Restauração da Liberdade Religiosa não se aplica a este caso, já que exibir um versículo da Bíblia "não constitui um exercício religioso", mas sim uma "oposição à boa ordem e disciplina."
"Espero que as regras do tribunal favoreçam a reivindicação religiosa. Às vezes, o exercício religioso é confrontado com as necessidades das forças armadas. Mas eu não acho que este é um desses casos", disse Weber.