O presidente Jair Bolsonaro embarca para Washington no domingo (17) onde se reunirá na próxima semana com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca. A reunião deve selar o início de uma aliança conservadora, que tem como objetivos aumentar a pressão sobre Nicolás Maduro na Venezuela e fortalecer os laços econômicos entre o Brasil e os Estados Unidos.
Confirmada, pelo Ministério das Relações Exteriores, a viagem será a primeira visita ao exterior de caráter bilateral. O encontro com Trump está marcado para o dia 19.
“É a primeira viagem de caráter bilateral realizada pelo presidente Jair Bolsonaro ao exterior, demonstrando a prioridade que o governo atribuiu à construção de uma sólida parceria com os Estados Unidos da América”, declarou o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros.
O porta-voz explicou também que Bolsonaro e Trump, cujo país é o segundo parceiro comercial do Brasil depois da China, vão assinar três acordos de cooperação espacial, sobre os quais não quis dar detalhes.
Acompanhado de seis ministros e de seu filho e deputado federal por São Paulo Eduardo Bolsonaro - muito ativo nas articulações com representantes da onda neoconservadora mundial -, o presidente brasileiro estará em Washington de domingo a quarta-feira e se hospedará na Blair House, residência oficial para hóspedes, situada em frente à Casa Branca. O retorno ao Brasil está marcado para o próximo dia 20.
Além de manter uma "reunião privada" com Trump prevista para a terça-feira no Salão Oval, o presidente aproveitará sua estada na capital americana para se reunir com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, e participará de vários fóruns sobre as oportunidades oferecidas pela economia brasileira.
Comitiva brasileira
Na noite de domingo (17), Bolsonaro participará de um jantar na residência do embaixador do Brasil em Washington com “vários formadores de opinião”, ao qual comparecerão o escritor brasileiro residente nos Estados Unidos, Olavo de Carvalho e Steve Bannon, ex-assessor do presidente americano.
Os analistas esperam que os dois presidentes também discutam medidas para aumentar o comércio bilateral - sem reduzir limites que o Mercosul impõe no caso do Brasil - e a entrada do país na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Depois de sua viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro visitará o Chile e no fim do mês irá para Israel, em uma demonstração clara de sua tentativa de aproximação a governos que considera comprometidos com suas opções ideológicas conservadoras e economicamente liberais.