O casal Michael e Angela Bakker superou um diagnóstico médico que considerava sua filha recém nascida como “improvável”. Além da saúde da bebê, que estava lutando para ganhar peso, Angela também estava em risco.
Para alguns médicos, a solução era o aborto. Porém, eles decidiram não abortar o bebê. Hoje, o casal testemunha o poder de Deus em suas vidas.
Segundo o portal de notícias Live Action News, eles passaram anos tentando engravidar até que, por meio de fertilização in vitro (FIV), conceberam seu primeiro filho, Nathanial e em 2015 descobriram que estavam esperando Naomi.
Angela estava perto da faixa dos 40 anos, por isso, ela estava se consultando com um médico especializado em medicina materno-fetal (MFM), que visa o acompanhamento detalhado de gestações através de aconselhamento genético, ultrassonografia e procedimentos invasivos.
O doutor da Universidade pró-aborto da Califórnia em São Francisco (UCSF) informou que seu bebê estava atrasado no tamanho e que a gravidez não era viável para ele: “Eles apenas disseram que era uma situação desesperadora”, disse a mãe.
Naomi tinha restrição de crescimento intrauterino, que foi associada à fertilização in vitro, e o médico achou que ela provavelmente morreria antes de completar 25 semanas ou logo após o nascimento.
Naomi no hospital. (Foto: Facebook/Naomi Joy Bakker)
“Naomi estava três semanas atrasada. Eles fizeram exames cardíacos, exames de sangue e Ângela fez um exame de urina. Eles voltaram com a mesma conclusão. Naomi tinha 360 gramas e o peso mínimo para viabilidade é normalmente de 500 gramas. O cordão umbilical não estava empurrando os nutrientes”, contou Michael.
A bebê, que precisava ganhar 140 gramas, foi desenganada pelo médico. No entanto, depois que os Bakkers insistiram em não abortar, ele concordou que se Naomi conseguisse chegar a 450 gramas, eles iriam cuidar dela.
A saúde de Angela
A pressão arterial de Angela havia aumentado e o médico queria que ela fosse internada imediatamente, pois segundo ele, a vida dela e da filha estavam em risco.
Neste momento, Angela contou que uma médica entrou na sala e afirmou que estava ali para a convencer a realizar o aborto.
“Ela realmente tentou nos convencer disso. Foi então que Naomi começou a chutar. Não sentia seus chutes com muita frequência e poderia ter sido uma resposta ao estresse e à adrenalina. Olhei para o médico e disse: 'Ela está chutando agora. Não posso ser eu quem vai parar esses chutes. Não é minha escolha fazer isso'”, afirmou ela.
Angela acrescentou que o médico a explicou sobre a pré-eclâmpsia e disse que é a principal razão pela qual as mulheres morrem durante a gravidez: “Disseram-me: ‘Você terá convulsões, desmaiará e morrerá’”.
Na opinião da médica, Naomi morreria de qualquer maneira, e Angela também corria esse risco.
“Seus problemas de saúde irão desaparecer no minuto em que o aborto ocorrer. A vida dela está sem esperança de qualquer maneira. Você não precisa passar por uma cesariana”, disse a médica.
Escolhendo a vida
Michael e Angela recusaram o aborto e a médica insistiu: “Se mudarem de ideia e quiserem fazer um aborto, podem voltar a qualquer momento da gravidez. Você já passou 24 horas do limite legal, a lei não se aplica em casos como o seu”.
O casal voltou para Reno, onde Angela foi internada no hospital para permanecer em observação. Eles se encontraram com o neonatologista da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, que disse que a situação era “desesperadora”.
Angela e Naomi. (Foto: Facebook/Naomi Joy Bakker)
“Ele disse que Naomi era muito pequena, que o tubo de respiração não caberia na garganta de Naomi e que sem ele, ela não seria capaz de receber ajuda para respirar. Se ela conseguisse, teria dificuldades. Ela provavelmente nunca andaria, falaria ou enxergaria, e poderia ter danos cerebrais extensos”, disse Angela.
Michael explicou que segundo o médico, as probabilidades de Naomi ter uma “vida normal” eram inferiores a 1% e que eles estavam “preparando-se para uma vida difícil”.
Angela conseguiu ir para casa, onde fazia exames de urina diariamente e verificava a pressão arterial três vezes ao dia.
“Buscamos a Deus e Ele nos deu uma resposta tão clara para escolher a vida. É a única maneira de fazer isso e ter paz”, disse Angela.
Então ela orou: “Eu a aceitarei da maneira que o Senhor a der para mim. Se ela for cega, se for surda, eu só a quero. Quero a chance de ser mãe dela aqui na Terra. Você poderia, por favor, me dar isso? Se você fizer isso, Deus, farei tudo para compartilhar a história dela e lhe darei glória”.
O parto
Naomi nasceu por meio de uma cesariana de emergência: “Todos na sala ficaram muito quietos quando ela chegou. Então nós dois [os pais] começamos a suspirar e quando conseguimos segurá-la, ela morreu”.
A equipe médica colocou o tubo de respiração com sucesso em Naomi, que estava a caminho da UTI Neonatal.
De acordo com o Live Action News, Angela começou a gritar que Naomi estava viva, mas sua pressão arterial caiu e o anestesista teve que lhe dar um sedativo.
“Nunca vi nada assim. Naomi estava tentando respirar e respirando sozinha. Eu nunca teria pensado que veria isso. Eu não estava esperando por isso. Ela é uma lutadora”, disse o anestesista.
A família Bakker. (Foto: Facebook/Naomi Joy Bakker)
Depois de 142 dias na UTI Neonatal, Naomi recebeu alta. Atualmente, a menina tem oito anos, e embora precise tomar uma medicação diariamente, ela está evoluindo e Angela não apresentou mais problemas de saúde.
A partir dessa experiência, os Bakkers compartilham a história da filha e oferecem conselhos a pessoas de vários países que os procuraram em busca de ajuda.
Os médicos também entram em contato com o casal para colher dados e muitas mães escolhem pela oportunidade da vida para seus bebês seguindo o testemunho de Naomi.
“Recebemos o presente de Naomi e sua história e o dom da informação. E o mínimo que podemos fazer é ajudar outras pessoas que estão passando por esta situação”, concluiu a família.