Roseli Rodrigues Pereira, de 58 anos, sobreviveu à passagem do ciclone que vitimou 16 pessoas no Rio Grande do Sul, no último final de semana.
A moradora de Caraá, uma das cidades mais atingidas, passou 36 horas agarrada em uma árvore durante uma enchente, causada pelas fortes tempestades. Roseli foi encontrada e resgatada pelos bombeiros a 20 quilômetros de sua casa.
“Desde o momento que desabou a minha casa, eu estava segurando a mão do meu marido. Então, a água me levou para um lado. A água levou ele para o outro, mas ele não foi muito longe, sabe? E eu fui descendo, fui afundando, mas eu me segurei numa tábua, ali eu me firmei. Eu não sei nadar, mas sabia que eu ia conseguir boiar”, contou a gaúcha, em entrevista ao canal local RBS TV.
Roseli disse que manteve a esperança de sobreviver devido a sua fé. “Eu tinha uma certeza dentro do meu coração, que eu ia ser salva por Deus. Eu só pensava que queria ver meus filhos de novo. Mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde seria salva por alguém que Deus mandasse para me salvar”, destacou.
Alimentada por Deus
Um ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul na sexta-feira (13). (Foto: Reprodução/RBS TV).
A mulher, que tem diabetes, ainda relatou que pediu ao Senhor que mandasse algo para ela se alimentar durante os quase dois dias que ficou em cima da árvore.
“Eu senti que a glicose estava baixando, eu orei a Deus que me trouxesse alguma coisa, porque descia potinhos na água. E aí desceu uma bergamota, eu descasquei e comi com calma na sexta. No sábado, a mesma coisa, eu estava me sentindo mal, com fome. Orei a Deus de novo e veio na correnteza uma laranja”, testemunhou.
Depois de se afogar seis vezes durante as 36 horas que ficou no meio da tempestade, Roseli louvou a Deus pelo livramento. “Eu estou aqui por um milagre de Deus mesmo”, declarou.
A mulher está se recuperando em um hospital de Caraá e pretende se mudar para outra cidade.
De acordo com a Defesa Civil, 55 cidades do RS foram afetadas pelo ciclone extratropical. O número de mortos chegou a 16. Mais de 14 mil moradores estão desalojados e 1.520 desabrigados.