Na última segunda-feira (19), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) participou do 'Fórum do Pensamento Crítico', em Buenos Aires, Argentina.
No evento que reuniu representantes de esquerda de diversos países, ela comentou a formação da frente de oposição liderada pelo Partido dos Trabalhadores contra o novo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que tomará posse no dia 1º de janeiro de 2019, em Brasília.
"Essa frente é uma frente democrática e popular, uma frente que combate o neoliberalismo, porque se não combater o neoliberalismo, a população brasileira não tem um projeto, vai ficar absolutamente aberta", disse Dilma na cerimônia de abertura do evento.
"Uma frente democrática, que seja mais ampla possível e ser capaz de fazer todas as alianças necessárias, com todos os seguimentos. A gente fará aliança até com o Diabo para combatê-los", acrescentou. "Agora, tem que ter uma espinha dorsal. Tem que ter um coração. E o coração é antineoliberal e antiautoritário neofascista. Essa a nossa solução".
Contradição
Por mais que haja uma tentativa por parte da esquerda de justificar a fala da ex-presidente sobre procedência e a amplitude de suas alianças para fortalecer a chamada "resistência" ao governo Bolsonaro, O PT pode se manter em maus lençóis com esta declaração - sobretudo entre os cristãos, que foram decisivos nestas eleições de 2018.
O poder do voto cristão e conservador foi significativo de tal modo que no segundo turno, o candidato petista Fernando Haddad mudou de maneira notável suas estratégias de campanha, chegando até mesmo a realizar eventos com evangélicos e ir a uma missa com sua candidata a vice, Manuela D'Ávila. A tentativa de aproximação foi recebida de maneira jocosa por boa parte da sociedade.