Na última sexta-feira (1), o cantor e compositor Leonardo Gonçalves surpreendeu seus 1,3 milhão de seguidores nas redes sociais, ao anunciar que está planejando fazer uma pausa em sua carreira.
Ultimamente, o músico de 36 anos passou a ganhar cada vez mais espaço, não somente no meio gospel, mas também entre o público secular, com canções que falam sobre fé e esperança, permeadas por muita poesia.
Além de se apresentar em igrejas, o cantor revelou seu gosto por cantar em locais, como teatros, praças e chegou até mesmo a participar do programa "Esquenta", apresentado por Regina Casé.
O anúncio da pausa surgiu junto com a divulgação de sua 'turnê de despedida', que se realizará em teatros de todo o Brasil, com o repertório baseado em seu mais recente DVD ao vivo "Princípio".
O cantor falou mais sobre tal decisão em uma entrevista concedida ao site da revista Veja e revelou que esta pausa é necessária, após 22 anos de carreira.
"No total, tenho 22 anos de carreira. E estou bem cansado, especialmente da exposição que eu não esperava. Comecei a cantar quando vim para o Brasil em 1994, e logo já estava viajando pelo país com um grupo. O primeiro disco solo veio em 2002", lembrou.
Exposição
Quando questionado sobre a exposição como um fator exaustivo, ele também lembrou que sempre foi relutante com relação à "cultura do selfie".
"A cultura do selfie é algo que me incomoda profundamente, por razões diversas. Demorei dez anos para gravar um DVD e atrasei ao máximo o lançamento. Me deu aflição por razões inexplicáveis. Sei que a gente vive no mundo da imagem. Mas me incomoda o fato de que hoje em dia a gente vê musica, não ouve", explicou.
O cantor reconheceu que chega a ser paradoxal se opor à exposição exarcebada e atuar em um meio no qual muitos se expõem para manter a fama, porém explicou que o que mais o incomoda é quando a arte perde o foco e dá lugar aos exageros.
"É contraditório mesmo, eu sei, mas já coloco bastante limite. Apesar de não gostar, sei que a exposição é necessária, porque acredito que a mensagem é relevante. E não tem jeito de levar essa mensagem sem se expor. Não é a exposição da arte que me incomoda, é a cultura do selfie, quando a arte fica em segundo plano", destacou.
Sonho antigo
O cantor também reforçou uma informação algo que nem todos sabem: ser um cantor não fazia parta exatamente de suas expectativas.
"Não quero soar ingrato, mas meu projeto de vida nunca foi ser cantor. Sou uma pessoa mais reservada, tem a ver com minha personalidade", disse.
"Saí do Brasil com 2 anos de idade e morei na Alemanha até os 15. Eu era muito interessado em linguística, tradução, leitura. Pra mim, escrever veio primeiro. Com sete anos escrevi meu primeiro conto".
Após revelar o seu 'sonho engavetado', Leonardo explicou que planeja escrever um livro, mas não o assinaria simplesmente com seu nome atualmente usado na música.
"Está na agenda escrever um livro, mas, se fizer isso, dificilmente vou lançar com meu nome. Adoraria escrever uma fantasia. Sou fã de escritores como George R.R. Martin e J. R. R. Tolkien", disse.