Mattos Nascimento fala sobre a música gospel atual: "Se não evangelizar, eu não considero como hino"

Mattos Nascimento trabalhou como músico dos Paralamas do Sucesso nos anos 1980, se converteu na década seguinte e seus hinos se tornaram grandes sucessos no meio cristão. Desde o início da sua trajetória na música gospel muitas mudanças aconteceram, principalmente no que diz respeito a produção musical.

 

Porém, sua visão diante do novo cenário é sucinta: "Deus não mudou e nunca vai mudar. Se você não cantar para evangelizar alguém, eu não considero como hino. Se você faz uma vigília e canta hino de adoração é bom, mas no culto público é hino para salvar gente", disse ele em entrevista ao Guiame durante o 4º Salão Internacional Gospel. Atualmente, em novo contrato com a gravadora Art Gospel, Nascimento lançou o CD "Ora que Melhora". "Em um mês vendemos dez mil discos. Com essa crise é quase um disco de ouro — que é entregue com a venda de 25 mil discos. A gente está trabalhando o disco, viajando pelo Brasil todo em turnê. O disco novo está indo muito bem. Ora que Melhora. Todo mundo quer receber bênção sem orar, mas sem orar não vai", disse ele. Cantoras como Rose Nascimento e Shirley Carvalhaes gravaram algumas das composições de Nascimento, mas ele garante que não costuma oferecer suas músicas. "Aquela coisa de vender hinos acho que é muito pobre. Eu componho todos os meus hinos e recebo muitos direitos autorais. Tenho uma boa vida hoje, mas eu sou meio diferente. Sou muito na minha, não sou artista, sou servo igual a você, simples como você", ressalta o cantor.

 

Nascimento frisa que quem é artista, não vai se dar bem. "Artista anda com segurança, com três bobões para guardar, e isso não é de Deus não. Eu ando com um carro maravilhoso, tenho casa na Bahia, casa em São Paulo, casa em Goiás, tenho fazenda em Goiás, tenho muito dinheiro hoje em dia, mas não sou nada sem Ele."