Conhecida por sua emocionante história de duras batalhas para conseguir criar seus 55 filhos adotivos, a cantora e missionária Flordelis relatou detalhes de sua vida, tempos atrás, em uma matéria para o programa do apresentador Rodrigo Faro.
"Eu digo sempre que o que eu mais amo fazer na vida é ser mãe. É uma dádiva de Deus e, principalmente, ser mãe de filhos que não foram gerados do meu ventre, mas sim do meu coração", destacou a cantora.
Flordelis e Rodrigo Faro passaram por locais da capital carioca, nos quais aconteceram fatos que marcaram a vida dela. Um desses locais fica nas proximidades da Central do Brasil, onde aconteceu uma chacina e levou os primeiros filhos da pastora à sua humilde casa, na favela.
Ela e o marido receberam a todos, mas tiveram de passar um ano fugindo da justiça sendo acusados de sequestro.
Hoje Flordelis se considera abençoada por ter sido "escolhida" para cuidar de 55 filhos.
"Hoje eu tenho 55 filhos. São 55 motivos para que eu acorde de manhã e vá a luta, vá trabalhar, eu nasci com essa missão dada por Deus, de ser mãe de 55 filhos que foram abandonados por suas mães", afirmou em outra oportunidade, durante uma matéria para o canal VIVA.
Mulher de coragem
Segundo relatos do jornal 'O Dia', um momento emocionante da história de Flordelis foi quando ela livrou um garoto da execução, em um paredão na favela do Jacarezinho. Ela soube pela mãe da menino que a morte dele estava encomendada e foi correndo para salvá-lo.
“A mulher pedia que eu orasse por ela, pois o garoto já estava ‘encomendado’. Larguei tudo e saí pela favela, tentando encontrá-lo. A turma do ‘bonde’ (soldados do tráfico) concordou em me levar até o chefão deles”, contou.
A evangélica encontrou o garoto pouco antes da execução e sugeriu que ela mesma fosse executada se ele fizesse algo errado novamente. Finalmente o chefe do tráfico no morro mandou desamarrarem o garoto e o entregou para a missionária, chamando-a de “louca”.
Flordelis conta ainda que não se conformava com as mães que viam seus filhos indo para o tráfico e não faziam nada a respeito.
“Não me conformava com a omissão das mães. Quando viam os filhos ganharem armas para integrar a turma do ‘bonde’, se conformavam, certas de que não os teriam mais de volta. Não lutavam pelos seus filhos, para mudar aquilo”, afirmou.