SÃO PAULO - O ingresso líquido de moeda estrangeira no Brasil acelerou a 8,809 bilhões de dólares nas duas primeiras semanas de maio, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
O saldo positivo foi composto por 4,559 bilhões de dólares nas operações financeiras e 4,251 bilhões de dólares nas transações comerciais.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, as entradas via segmento comercial ganharam fôlego principalmente pela recente alta do dólar, que costuma atrair receitas com exportação.
"Toda vez que há essa puxada do dólar o exportador faz as contas e decide entrar no mercado para não perder a chance de ter um ganho a mais. Isso se reflete em fluxo positivo, tanto que a alta do dólar não se sustenta", comentou.
Em maio até dia 13, o dólar acumulou alta de 3,81 por cento, voltando a ser cotado acima de 1,60 real em meio a um movimento internacional de ajuste dos preços das commodities.
O aumento no saldo financeiro decorreu principalmente, segundo ele, de entradas oriundas de captações externas de companhias brasileiras.
Entre as operações anunciadas recentemente destaca-se a emissão de bônus de três e cinco anos pelo Bradesco, no montante total de 1,35 bilhão de dólares.
O Banco Central informou ainda a incorporação de 3,058 bilhões de dólares às reservas internacionais por meio de compras no mercado à vista.
Até a véspera, segundo dados mais atualizados, o "colchão" brasileiro já somava 330,666 bilhões de dólares.
No ano, o fluxo positivo de capitais contabiliza 45,943 bilhões de dólares, mais do que todo o resultado líquido de 2010, de 24,354 bilhões de dólares.
Às 13h17, a moeda norte-americana recuava 0,55 por cento, a 1,613 real na venda, reagindo ao ambiente mais tranquilo no exterior antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
(Reportagem de José de Castro)