Um relatório da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo aponta que a rede tem atualmente um déficit de 49.085 professores efetivos – 21% dos cargos necessários. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (5) pelo jornal "O Estado de S.Paulo" , que teve acesso ao levantamento encaminhado ao Ministério Público. Os dados não foram repassados à imprensa pelo governo paulista e são referentes a 7 de junho deste ano.
A reportagem do G1 procurou a Secretaria da Educação, que informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não há falta de professor em sala de aula.” Para suprir as faltas pontuais, como licenças-saúde e prêmio, faltas médicas, justificadas, injustificadas e abonadas, "a rede conta com 49 mil professores temporários. O que ocorre é que nestes casos, por haver oficialmente um professor nomeado para determinada vaga, sua ausência não pode ser suprida com a contratação de um novo profissional", diz a nota.
De acordo com o jornal, o número de professores temporários é insuficiente. No fim do primeiro semestre deste ano, a rede estadual tinha 4,8 mil turmas sem aula em alguma disciplina. O número corresponde a quatro em cada cinco escolas, segundo a publicação.
Entre os professores de matemática, disciplina em que há maior déficit de profissionais, faltam 10.508 efetivos. Em seguida estão a falta de professores de português, geografia e educação artística.
Com relação à distribuição dos professores pelo estado, ainda segundo o levantamento, apenas nove das 91 diretorias de ensino tinham todas as aulas com professores. A situação é mais complicada na capital e na região metropolitana.
A Secretaria de Educação informou ao "Estado de S.Paulo" que alunos podem ter ficado sem aula de uma determinada disciplina, porém há professores eventuais. Faltariam 200 professores para suprir essas aulas não atribuídas. Além da falta de professores, escolas enfrentam o problema dos professores ausentes por licença-saúde - são 22 mil servidores nessa situação, atualmente.
Novas contratações
Em julho deste ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou um concurso para selecionar 59 mil novos professores, o que representa a maior contratação da história do ensino paulista, de acordo com estimativa da Secretaria Estadual de Educação. A prova, que está prevista para acontecer ainda neste segundo semestre, apresenta mudanças na convocação dos profissionais com o objetivo de tornar mais rápido o ingresso dos professores em salas de aula do ciclo 2 e do ensino médio.
Durante o começo deste ano, o G1 percorreu escolas públicas que apresentavam problemas de falta de professores de diferentes disciplinas na Grande São Paulo. Leitores enviaram mais de 500 denúncias relacionadas a escolas municipais, estaduais e federais.