Boxeadoras brasileiras buscam na Venezuela vaga inédita no Pan

Boxeadoras brasileiras buscam na Venezuela vaga inédita no Pan

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:50

Incluído nas Olimpíadas de Londres-2012, o boxe feminino participará este ano também pela primeira vez dos Jogos Pan-americanos, disputados em Guadalajara durante o mês de outubro. O evento poderá contar com até três boxeadoras brasileiras, que nesta quinta-feira começam a lutar na Venezuela por uma vaga na competição.

As paulistas Clélia Costa (51 kg) e Roseli Feitosa (75 kg) e a baiana Adriana Araújo (60kg) disputarão o Pré Pan-americano de Cumana, que classificará a campeã e a vice de cada categoria para os Jogos de Guadalajara, e vivem a expectativa de serem as primeiras boxeadoras a representar o Brasil na competição continental.

"A expectativa é uma das melhores. Vamos enfrentar países difíceis, mas o boxe brasileiro está crescendo muito. Temos campeãs pan-americanas e o Brasil não fica atrás de nenhum país. Com certeza as três categorias vão trazer bons resultados", defende Roseli Feitosa, que na temporada passada conquistou o título mundial na categoria até 81kg.

Para viajar à Venezuela e disputar o Pré Pan, as boxeadoras brasileiras tiveram que superar uma disputada seletiva nacional. Roseli deixou para trás Danieli Bastieli e Andreia Bandeira, medalha de prata no Pan-americano de boxe em 2010 e campeã sul-americana.

Já Clélia Costa foi campeã da seletiva com vitórias sobre a baiana Érika Matos, tricampeã brasileira e ouro no Pan-americano, na categoria até 48 kg, Suelen de Souza e Bianca Pereira. Hegemônica no Brasil em sua categoria, Adriana já estava previamente classificada e não disputou a seletiva em São José dos Campos.

"Fiz as seletivas e agora estou aqui. Pretendo dar meu tudo, meu máximo. Vou botar o Brasil no coração e trazer a medalha de ouro, porque eu quero muito essa medalha e estou treinando duro para isso", diz Clélia, que, assim como Roseli, integra a seleção brasileira permanente, que treina sob supervisão do técnico Claudio Aires em São Paulo.

"Pelo que eu conheço dessas meninas, acho que o nível só vem crescendo, a Roseli mais ainda. A gente está com muita expectativa, até de acharmos que já estamos dentro do Pan, mas a gente não pode dizer isso. Temos que esperar, mas é uma espera em que vamos analisando as adversárias e chegando lá é tentar obter o êxito", afirma o treinador, que vê uma transformação no boxe feminino nacional

Depois que a modalidade tornou-se olímpica, a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) passou a contar com patrocínio da Petrobras também para as mulheres. Hoje, as integrantes da seleção nacional recebem salário, contam com infraestrutura para viagens internacionais e em breve poderão morar juntas em uma casa construída ao lado do ginásio onde treinam, na Zona Sul de São Paulo.

"A gente sempre teve o sonho de o boxe feminino se tornar um esporte olímpico e graças a Deus isso aconteceu. Agora nós temos mais investimento, mais apoio, mais patrocínio e com certeza através dessa ajuda iremos trazer mais resultado do que antes, quando não tínhamos nada", avalia Roseli.

"Antes elas não tinham apoio nenhum, porque não era um esporte olímpico. Hoje já tem diferença. Temos uma campeã mundial, campeãs pan-americanas e capacidade de subir no pódio nos Jogos Pan-americanos e nas Olimpíada também. Pode ter certeza que hoje as meninas treinam melhor", defende Aires.

No Pré Pan, as brasileiras devem ter as atletas canadenses e norte-americanas como principais adversárias. Clélia mostra muita confiança para o torneio. "Independente da adversária, eu sou mais eu. Os Estados Unidos são fortes, mas não é tudo isso, também", diz.

Já Roseli pode ter mais trabalho. Principalmente se cruzar na chave com a canadense Mary Spencer, tricampeã mundial e ídolo da brasileira. "Desde que comecei no boxe, me inspiro nela e agora vou ter a oportunidade de lutar com ela. É meu sonho", afirma.

Caso as brasileiras não conquistem na Venezuela a vaga para os Jogos de Guadalajara, podem tentar em outros dois eventos, que devem ser realizados até o meio de junho. Os locais ainda não estão definidos.

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