Campeões brasileiros pelo Timão dão a receita para a conquista

Campeões brasileiros pelo Timão dão a receita para a conquista

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:20

Na luta pelo quinto título brasileiro de sua história, o Corinthians conta com a torcida de ex-atletas ilustres, que se destacaram com a camisa alvinegra nas outras conquistas e entraram para um seleto grupo de ídolos da Fiel. Os atacantes Tupãzinho (90) e Dinei (98), o meia Marcelinho Carioca (99) e o zagueiro Betão (2005) torcem pelo time de Tite e veem no grupo de Liedson, Paulinho, Alex & Cia. características de campeão.

O primeiro título brasileiro do Corinthians foi conquistado em 1990, quando o Corinthians venceu o São Paulo por 1 a 0, no estádio do Morumbi, com gol de Tupãzinho (veja no vídeo acima) . Naquela época, o sistema de disputa era outro, com a final em jogos de ida e volta. O Timão foi superior e venceu os dois confrontos decisivos. O ‘Talismã da Fiel’ vê certa semelhança entre o time de 90 e o atual.

Dinei (primeiro à esquerda) comemora: é o único tri pelo Timão (Foto: Paulo Pinto / Agência Estado) – Não tínhamos um time cheio de craques, mas lutávamos até o final e não desistíamos nunca. O Corinthians que vejo jogando neste campeonato é idêntico. Nunca se dá por derrotado, vimos isso na vitória contra o Atlético-MG. Além disso, tem dado um pouco de sorte – disse Tupãzinho.

Apesar de não ser apontado como um dos favoritos ao título brasileiro em 1990, o Corinthians surpreendeu na fase final e deixou para trás Atlético-MG (melhor time da fase de classificação), Bahia e São Paulo. – Com o Corinthians tudo é sempre sofrido, mas lembro que, depois que passamos pelo Atlético-MG, ganhamos a confiança para buscar o título. Por coincidência, o time do Tite mostrou outra cara também contra o Atlético-MG, mas esse time é imprevisível. A receita para conquistar mais um título é não dar espaços e marcar o adversário em cima – comentou Tupãzinho.

Único tricampeão brasileiro pelo Corinthians (90, 98 e 99), Dinei foi fundamental na decisão diante do Cruzeiro em 1998, mesmo sendo reserva . O ex-atacante entrou nos três jogos finais e participou de todos os gols do Timão nessa fase. No primeiro duelo, marcou no empate em 2 a 2; no segundo jogo, que terminou empatado em 1 a 1, deu passe para gol e no terceiro, que o Timão venceu por 2 a 0, Dinei deu as assistências para os dois gols.

– O Tite tem de fazer com o Adriano o que o Vanderlei (Luxemburgo) fez comigo naquele campeonato, que era me manter motivado o tempo inteiro. Ele sempre falava para eu ficar pronto que a qualquer momento eu iria entrar. O Vanderlei me fazia sentir importante para o grupo. E quando entrei pude ajudar – recordou Dinei.

Torcedor do Timão, daqueles que frequentava as arquibancadas do Pacaembu, mesmo antes de se tornar profissional, o ex-jogador não vê segredos para que o time seja campeão.

– O Corinthians não depende de ninguém, depende só dele, e para ser campeão só precisa ganhar, não tem segredo. Se fosse jogador queria que já decidisse neste domingo contra o Figueirense, mas, como agora sou torcedor, quero ser campeão em cima do Palmeiras – disse Dinei. Ídolo do Corinthians e maior colecionador de títulos pelo clube (dez), sendo dois brasileiros (98 e 99), Marcelinho Carioca aponta o melhor caminho para atingir o principal objetivo e sabe muito bem como o jogador tem de agir nesses momentos decisivos.

– Tem de dormir e acordar com a faixa de campeão no peito. Pensar e sonhar a todo momento com o título. O emocional vale mais que qualquer treinamento nessa hora e tem que saber trabalhar isso muito bem – disse.

Para que o time supere qualquer adversidade nesta reta final do campeonato e consiga ser campeão, o Pé de Anjo pede personalidade aos jogadores.

– Independentemente da idade, é nessa hora que aparecem os grandes jogadores, é a hora da personalidade. Tem de se abster de tudo o que for extra-campo – aconselhou Marcelinho.

Na opinião do ex-jogador corintiano, a ótima campanha feita pelo Timão tem um responsável: o técnico Tite

Marcelinho levanta taça de campeão brasileiro em 99

(Foto: Paulo Pinto / Agência Estado) – O Corinthians é um time solidário devido ao trabalho feito pelo Tite. Ele é aquele paizão que sempre ajuda e está ao lado do seus jogadores. O grupo está bem fechado e isso se dá ao treinador – analisou o ex-jogador, que em 2010 foi o embaixador do Centenário e fez sua despedida em um amistoso contra o Huracán.

A sensação de ser campeão pelo Timão é algo que Marcelinho Carioca jamais esquecerá em sua vida. No atual grupo apenas o goleiro Julio Cesar e o volante Bruno Octávio conseguiram esse feito, mas os dois eram reservas em 2005.

– Se o Corinthians conquistar o título esse jogadores vão ver o que é isso no dia seguinte da conquista, depois de cinco anos, depois de 10, isso será para o resto da vida. Quando você crava o nome na história do Corinthians, fica para sempre – declarou Marcelino Carioca.

Formado nas categorias de base do clube, o zagueiro Betão participou do último título brasileiro conquistado pelo alvinegro, em 2005. Na época, a equipe era recheada de estrelas, entre elas os argentinos Tevez e Mascherano. – Aquele time era bem focado nos objetivos, apesar das polêmicas e badalações. Os jogadores não podem ser influenciados por aquilo que acontece fora do campo. E esse time de hoje, pelo pouco que consigo acompanhar, tem conseguido fazer isso – disse Betão, que está no Dínamo de Kiev, da Ucrânia, desde 2008. Apesar do elenco galáctico de 2005 ser bem diferente do atual, Betão consegue encontrar pontos em comum entre os dois grupos.

– A grande semelhança das duas equipes é o foco nos objetivos. Outra semelhança é que na defesa tem jogadores “operários”, e no ataque jogadores que decidem – comparou Betão.

Betão teve a oportunidade de trabalhar com Tite na primeira passagem do treinador pelo clube e torce muito para que o comandante alcance o principal título de sua carreira.

– Tenho uma admiração muito grande pelo Tite. Ele é o tipo de treinador que deve ser chamado de professor, pois ensina os atalhos e faz um grande trabalho psicológico junto ao grupo. Ele sempre foi um treinador de ótimo nível e agora está prestes a conquistar um título de grande expressão. Torço muito por ele – disse o zagueiro.

  Apesar de ser contestado durante boa parte de sua passagem pelo Corinthians, o zagueiro Betão sabe que a conquista de um campeonato brasileiro está acima de tudo isso. Entrar para a história do clube marca a carreira de qualquer jogador.

– É uma sensação inexplicável ser campeão em uma equipe com a história do Corinthians, com uma das maiores torcida do futebol brasileiro. Na carreira do jogador representa muito, você entra para história do clube. Mesmo depois de seis anos, as pessoas ainda lembram que fiz parte desse título de 2005 – contou Betão.

O zagueiro Betão, campeão em 2005, hoje joga no Dínamo de Kiev, da Ucrânia (Foto: Getty Images)          

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