Carissa Moore, líder do ranking mundial (Foto: Gabriele Lomba / GLOBOESPORTE.COM)
Os ombros largos contrastam com a voz fina e meiga. É quando se percebe que a surfista que foi criada para ser campeã mundial é ainda uma menina. Aos 18 anos, Carissa Moore, vencedora do Rio Pro e líder da temporada, está prestes a levar o Havaí de volta ao topo, algo que o surfe não vê desde 2004, último dos três títulos de Andy Irons, falecido no ano passado. A família Moore pode não ser tão conhecida como a Irons, mas está sempre ao lado da menina prodígio. O SporTV.com transmite ao vivo.
É o pai, Chris, quem sempre viaja com Carissa. Ex-nadador de águas abertas, ele não tem muito trabalho para manter a filha na linha. Carissa é uma das mais calmas da nova geração do surfe feminino.
- Tenho sorte de tê-lo comigo, sempre me motivando. Foi ele quem me empurrou para pegar a primeira onda. Engraçado... outro dia eu perguntei: Pai, será que você vai poder viajar sempre comigo?. Porque, de certa forma, é algo complicado para ele também. Ele está sempre comigo. É um pedacinho da minha casa no Circuito Mundial.
Carissa sofre por ficar longe da irmã, Cayla, que recentemente completou 14 anos. Não pôde ir à festa aniversário nem a uma importante apresentação de Hula.
- Todas as escolas do Havaí têm uma princesa. E ela foi a rainha, dançou uma música sozinha na festa do dia 1º de maio. Fiquei tão triste por não vê-la.
Carissa Moore no pódio do Rio Pro (Foto: Gabriele Lomba/ GLOBOESPORTE.COM)
No alto do pódio do Rio Pro, Carissa contava os minutos para mandar um recado à irmã, mas...
- Eu estava esperando perguntarem a quem eu queria agradecer, mas não perguntaram. Eu queria TANTO mandar um beijo para ela... Ao menos em português eu posso mostrar a ela que fiz essa homenagem.
Tanto Carissa quanto Cayla aprenderam a surfar nas ondas de Waikiki, famosa praia da ilha de Oahu. A mais velha chegou a se dedicar à natação por um tempo, mas logo desistiu. Hoje patrocinada por grandes empresas, ela conseguiu no mês passado comprar uma casa nova para a família.
- O surfe sempre foi muito intenso na minha vida. Não ligava para vôlei ou futebol, por exemplo. A Cayla surfa, mas gosta de tantas outras coisas - dança, piano,...- que acho que vai acabar não seguindo no surfe não.
Carissa conversa com o pai, Chris (Foto: Gabriele Lomba/ GLOBOESPORTE.COM)
A australiana Sally Fitzgibbons, adversária na decisão do Rio, é outra que praticamente faz parte da família. Elas fizeram três das cinco finais da temporada. No fim do ano, independentemente de quem levante o caneco, vai ter troca de presentes no Natal.
- Antes das baterias contra ela, sempre penso: vou perder. Mas, fora da água, somos muito amigas. Ela é muito engraçada, me faz rir muito. E no Natal trocamos presentes.
Carissa vem conseguindo desbancar Sally e todas as australianas, que sempre dominam o Circuito Mundial feminino e têm vantagem de, vira e mexe, competir em casa. Três das sete etapas são na Austrália.
- É difícil começar bem a temporada em campeonatos fora de casa. A maioria das surfistas é australiana. Ser campeã mundial não é só ganhar baterias. É saber lidar com todas as dificuldades, achar o equilíbrio.
E Carissa Moore está pronta para ser campeã mundial?
- Estou a caminho ri