
Vitinho, que entrou na vaga de Fellype Gabriel, também machucado, mudou a característica do Botafogo. A solidariedade deu lugar à aposta no jovem, que em geral confiava mais na sua velocidade do que nos companheiros. Deu certo no primeiro gol, mas permitiu aos mineiros o domínio territorial durante a maior parte do confronto.
O Cruzeiro teve liberdade para sair jogando. Diego Souza, Dagoberto e Anselmo Ramon chegaram na frente a todo instante, com boas combinações e mostrando um jogo coletivo bem interessante. O que matou o time de Marcelo Oliveira foram falhas de seus jogadores: Leandro Guerreiro deu passe para contra-ataque de Vitinho no primeiro gol, e Nilton levantou demais a perna, cometendo pênalti que originou o segundo.
- É sempre bom ficar em cima na tabela. Foi um jogo disputado, contra o ótimo time do Cruzeiro, como já sabíamos. No segundo tempo, tomamos conta do jogo, mas no primeiro demos muitos chutões. Foi bom, e temos sempre que fazer o nosso jogo - disse Seedorf, que não se destacou.
Esta foi a nona vitória em nove jogos do Botafogo no Raulino de Oliveira. Na próxima rodada, o time põe à prova o seu desempenho fora de casa: pega o Bahia, quarta-feira, às 22h. O Cruzeiro, que estacionou em quatro pontos, enfrenta o Corinthians no mesmo horário, na Arena do Jacaré.
Sorte e azar para Renan
O primeiro tempo foi muito equilibrado, com o Cruzeiro levemente superior. Sem Fellype Gabriel, que ajuda a ditar o ritmo do meio-campo alvinegro com bons passes, o Botafogo perdeu território. Apesar da ocupação dos espaços, a Raposa foi vazada logo no início. O ex-botafoguense Leandro Guerreiro recuou mal para Dedé, e Vitinho tomou sua frente, avançou e chutou. O rebote foi na direção de Lodeiro, que abriu o placar.
O destino de Renan na etapa inicial, aliás, foi uma boa representação do equilíbrio do jogo. Num intervalo de dois minutos, o goleiro conviveu com sorte e azar. Primeiro se deu bem: de frente com Anselmo Ramon, totalmente livre, fez uma ótima defesa e depois se jogou para salvar com o bumbum. Logo depois, sofreu um infortúnio. Sem ângulo, Anselmo Ramon chutou para o gol. A bola desviou em Bolívar, bateu na trave, nas costas do goleiro e entrou.
Roteiro se repete na segunda etapa
A exemplo do que aconteceu no primeiro tempo, o Cruzeiro voltou do intervalo com uma boa presença ofensiva. Antes dos dez minutos, já havia finalizado três vezes com perigo. E mais uma vez o Botafogo, um pouco inferior ao seu adversário, beneficiou-se após falha individual de um cruzeirense. De forma estabanada, Nilton levantou demais a perna dentro da área e atingiu Lucas no braço. Leandro Vuaden interpretou o lance como pênalti. Lodeiro cobrou no meio do gol e recolocou o Alvinegro na liderança do placar.
Depois da vantagem, o Botafogo se consolidou na partida e passou a ser superior em campo. Quase chegou ao terceiro em lance que Egídio salvou de maneira incrível. O Cruzeiro até se aproximou do empate, mas a trave impediu a felicidade de Luan. O jogo terminou da mesma forma que começou: corrido e cheio de opções, mas melhor para o Botafogo.