O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (12) que os líderes mundiais reunidos em Minsk assinaram um acordo para o fim da crise na Ucrânia, com um cessar-fogo acordado a partir deste domingo (15). Os líderes rebeldes pró-Rússia também assinaram o documento.
Putin, os presidentes presidente francês, François Hollande, e ucraniano, Petro Poroshenko, e a chanceler alemã, Angela Merkel, passaram a noite negociando um documento para acabar com 10 meses de guerra, que provocou mais de 5.300 mortes.
Em declarações a jornalistas depois de quase 16 horas de conversas, Putin disse: "Nós conseguimos fazer um acordo sobre as questões principais".
Segundo ele, os envolvidos no conflito concordaram em retirar artilharia pesada dos combates.
Ainda de acordo com o presidente russo, a Ucrânia deve realizar uma reforma constitucional para respeitar os direitos da população no leste do país, que é de maioria russa.
Após as declarações de Putin, Poroshenko afirmou que o documento assinado pelos líderes tem o compromisso de que todas as forças militares internacionais sejam retiradas do território ucraniano.
Segundo o Kremlin, os quatro líderes confirmaram o respeito à soberania e integridade da Ucrânia, e disseram apoiar a continuidade de conversas entre a União Europeia, a Ucrânia e a Rússia sobre o fornecimento de gás, que também foi afetado com os confrontos.
Os quatro líderes irão pedir à União Europeia que apoie o acordo.
Hollande disse que há "uma esperança real" de resolver o conflito, mas que "nem tudo está feito".
O acordo não foi visto tão positivamente por todos, entretanto. O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse em comunicado que ele "não é uma solução global e muito menos um avanço". Steinmeier fala apenas de um "passo adiante que nos afasta de uma espiral de escalada militar".
Resistência dos rebeldes
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse após o anúncio do acordo que Putin pressionou os rebeldes pró-Rússia a concordarem com o cessar-fogo, o que segundo ela ofereceu um “lampejo de esperança” para o fim do conflito.
“O presidente Putin também colocou pressão nos separatistas para que eles concordassem com um cessar fogo a partir de 0h de domingo”, disse Merkel após a reunião.
Mais cedo, participantes das negociações de paz afirmaram que separatistas pró-Rússia se recusavam a assinar um acordo, a menos que Kiev concordasse em retirar as tropas da cidade de Debaltseve.
"Não há acordo ainda. Os separatistas pró-Rússia não querem assinar. Eles pedem que o Exército ucraniano se retire de Debaltseve", disse uma fonte presente às reuniões em Minsk.
Forças pró-Rússia no leste da Ucrânia aumentaram a pressão sobre Kiev lançando uns dos piores ataques da guerra perto da linha férrea da cidade de Debaltseve.