O consórcio de gás russo Gazprom e a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) assinaram nesta quarta-feira (21) um histórico acordo durante a visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Xangai, informou a agência oficial chinesa "Xinhua".
Após quase uma década de negociações, o acordo foi assinado pela Gazprom e pela CNPC em cerimônia na presença de Putin e de seu colega chinês, Xi Jinping.
Em virtude do acordo, a Gazprom fornecerá 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente à segunda maior economia a partir de 2018 e pelos 30 anos seguintes.
No ano passado, a China consumiu cerca de 170 bilhões de metros cúbicos de gás natural, procedente, sobretudo, da Ásia Central.
Por enquanto não foi divulgado o preço de venda, uma das principais causas da demora de negociações que começaram há quase dez anos, embora se estime que oscile ao redor dos US$ 400 bilhões.
Segundo os especialistas, a Gazprom buscava obter um preço de US$ 400 por 1.000 metros cúbicos de gás, com seus contratos na União Europeia (UE) como ponto de referência, enquanto a China oferecia entre US$ 350 e US$ 360 por essa quantidade, baseando-se em suas importações da Ásia Central.
De acordo com um memorando assinado por Pequim e Moscou em março de 2013, a Rússia fornecerá gás siberiano à China através de seu gasoduto oriental, ou seja, a mesma rota geográfica pela qual Moscou já exporta petróleo ao cinturão industrial do nordeste do país vizinho.
Pequim rejeitou o plano anterior de importar gás através da região nordeste de Xinjiang, já que, nesse caso, a Gazprom lhe exigia preços europeus.