Confrontos entre manifestantes e policiais na Ucrânia deixam mortos

Confrontos entre manifestantes e policiais na Ucrânia deixam mais de 25 mortos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:03
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Pelo menos 25 pessoas morreram no centro de Kiev, capital da Ucrânia, após confrontos entre manifestantes antigoverno e as forças de segurança, informaram o Ministério do Interior e da Saúde da Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19).
O governo do contestado presidente Viktor Yanukovich denunciou uma tentativa de golpe de estado e abriu uma investigação.
Entre os mortos, 9 são policiais, segundo o Ministério da Saúde.
 
Outras 241 pessoas foram hospitalizadas durante os confrontos, entre elas 79 policiais e 5 jornalistas.
 
Os enfrentamentos continuaram ao longo da madrugada na Praça da Independência (Maidan), que seguia cercada pela polícia.
 
O hospital Medichna Varta informou sobre a morte do jornalista Viacheslav Vereméi, do jornal local “Vesti”. Ele teria sido morto com um tiro.
 
Na noite de terça, manifestantes antigoverno invadiram prédios governamentais em algumas cidades do oeste da Ucrânia, informaram a imprensa local e a polícia.
 
Segundo a Reuters, sedes administrativas em Ivano-Frankivsk e em Lviv foram tomadas, assim como uma delegacia de polícia em Ternopil.
 
O parlamentar oposicionista Oleksander Aronets disse que manifestantes também tomaram o escritório do procurador-geral de Ternopil. Eles "queimaram todos os casos contra os heróis ucranianos", disse o parlamentar em seu perfil do Facebook.
 
O presidente Yanukovitch esteve reunido com o oposicionista Vitali Klitschko na noite desta terça, mas, segundo o ativista, as tentativas de diálogo falharam ao tentar encontrar uma solução pacífica para o conflito.
"Infelizmente eu não trago nenhuma boa notícia das conversas", disse Klitschko, segundo o site Ukrainska Pravda. De acordo com o oposicionista, a conversa acabou após o presidente exigir que a Praça da Independência, usada pelos manifestantes em Kiev, fosse incondicionamente esvaziada.
 
As manifestações contra o governo começaram em novembro, depois que o presidente cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia (UE), preferindo a ajuda financeira do Kremlin, principal aliado de Kiev.
 
Repercussão
A Rússia denunciou uma "tentativa de golpe de Estado", acusou os ocidentais de incitarem a revolta e afirmou que vai continuar com a política de "não-interferência" nos assuntos ucranianos.
A União Europeia acenou com "sanções individuais" e chamou uma reunião extraordinária dos chanceleres do bloco para esta quinta-feira.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, alertou para a possibilidade de sanções europeias. O chanceler francês, Laurent Fabius, também falou em sanções "prováveis".
O primeiro-ministro polonês Donald Tusk considerou que a Ucrânia está ameaçada por uma "guerra civil", com consequências para a segurança e a estabilidade de toda a região.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu moderação e também uma investigação sobre o possível uso excessivo de força contra os manifestantes.
 
Investigação
Os serviços especiais ucranianos anunciaram a abertura de uma investigação por tentativa de tomada ilegal do poder depois dos confrontos.
A investigação, sobre "alguns políticos", que não são citados, será centrada em "ações políticas ilegais para a tomada de poder", afirma um comunicado dos serviços secretos (SBU).
 
Luto nacional
O presidente Yanukovitch decretou a quinta-feira como dia nacional de luto em homenagem aos mortos.
As bandeiras serão hasteadas a meio-mastro nos prédios públicos e serão cancelados os eventos e competições esportivas, segundo o decreto publicado pela presidência.
 

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