O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusa no seu relatório anual antidrogas a Venezuela de não cooperar na luta contra o tráfico de droga e denuncia que agentes de segurança venezuelanos assistem directamente guerrilhas colombianas ligadas ao narcotráfico.
O documento, divulgado segunda feira, informa que durante o ano de 2009 o governo do presidente Hugo Chávez "não cooperou consistentemente com os Estados Unidos e outros países para reduzir o fluxo de cocaína" através da Venezuela.
Por outro lado, o documento denuncia que o fluxo de droga na nação latino-americana "aumentou bruscamente" e que a Venezuela é "um importante país de trânsito de drogas".
Segundo o subsecretário de Estado dos EUA para a luta antidrogas, David Johnson, "observa-se uma extraordinária saída, particularmente das exportações por via aérea desde a área adjacente à fronteira com a Colômbia".
Desde 2006 que a Venezuela suspendeu a sua cooperação com a agência norte-americana DEA (Drug Enforcement Administration).
Caracas já reagiu ao relatório, tendo o director do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Reverol, dito que a Venezuela não é um país produtor de cocaína e que pelo quarto ano consecutivo declarou a inexistência de cultivos ilícitos no seu território.
"Chama-nos a atenção que o referido relatório não destaque que os Estados Unidos continuam a ser o mercado de drogas ilícitas maior do mundo e um dos destinos principais das remessas de drogas ilícitas", contrapôs o responsável.E também que "há forte evidência de que alguns elementos das forças de segurança da Venezuela assistem directamente" organizações que os EUA consideram ser terroristas e ligadas a grupos de narcotráfico, entre elas as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN).